Unidade contabiliza mais de 18 mil processos. Só no ano
passado foram 1.075 denúncias
Por Mara Almeida-assessoria
O 4ª Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher contabiliza, nos últimos quatro anos, 18.357 processos em que mulheres
são vítimas das agressões praticadas por companheiros ou familiares. Criada
quatro anos atrás, a unidade judiciária sob responsabilidade do juiz Paulo
Zacarias da Silva recepciona, mensalmente, uma média de 160 ações penais.
Classificado pelo
Governo Federal como o segundo estado do Brasil onde mais se registram casos de
violência contra mulheres, Alagoas inaugurou seu juizado especial no dia 30 de
maio de 2008. De acordo com a lei nº 11.340, foi criado para julgamento e
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a mulher.
Segundo informa o
juiz Paulo Zacarias da Silva, em 2012, a unidade judiciária que funciona na
Praça Sinimbu, Centro de Maceió, recebeu 2.932 ações penais com medidas
protetivas e 2.880 inquéritos e flagrantes. “Aqui, temos um atendimento
diferenciado para com as mulheres”, informa o magistrado.
Só no ano passado
foram 1075 denúncias e para o magistrado, o aumento pode ser explicado pelo
efeito da divulgação das campanhas de combate à violência contra mulheres.
“Quando as campanhas tornaram-se mais públicas, elas tomaram coragem e
formalizaram as denúncias contra seus agressores. A tendência é que haja sempre
aumento”, diz o juiz.
Em sua maioria
usuários de drogas lícitas e ilícitas, os agressores se beneficiam das
justificativas apresentadas pelas vítimas de que as denúncias das agressões
foram praticadas em “momentos de raiva”. Eis a razão pela qual, segundo o juiz
Paulo Zacarias, muitas das vítimas desistem do processo antes de sua conclusão.
Criação da
unidade judiciária contribui para denúncias
Antes misturados
aos delitos comuns e considerados de menor potencial ofensivo, desde a vigência
da Lei Maria da Penha, os crimes contra a mulher são considerados qualificados
e os agressores, em caso de condenação, podem receber pena máxima de 3 anos de
reclusão.
“Na época da
criminalidade invisível, as mulheres tinham medo de procurar as delegacias,
quando as campanhas tornaram-se mais públicas, as pessoas tomaram coragem,
procuraram e denunciaram. Creio que a tendência do número de denúncias é
aumentar, porém há o fato da maioria desistir no andamento do processo”,
explica o juiz titular do 4º Juizado, Paulo Zacarias.
Sobre a
importância do juizado, Paulo Zacarias é enfático. “É fundamental para as
mulheres. Aqui temos um atendimento diferenciado, elas sabem para onde dirigir
e é uma referência de ganho”, finalizou.
Diretoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas
(Dicom - TJ/AL)
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