Olívia de Cássia –
jornalista
O ano de 2013 começa com
muita agitação no cenário político alagoano. Os prefeitos que assumiram o cargo
pela primeira vez estão tendo que começar do zero, para administrar; muitos
deles por falta de material de expediente e pela verdadeira bagunça encontrada
nos prédios públicos; por isso, decretaram estado de emergência nas
prefeituras.
Tem gente que assume
cargo público e acha que pode fazer o
que quer, como se estivesse em casa. Trata o patrimônio de forma irresponsável
e quando sai faz questão de deixar tudo desarrumado para quem for tomar conta.
Muitos gestores deixaram
as prefeituras em uma situação de “total descontrole administrativo” e não
disponibilizaram todas as informações necessárias para o processo de transição,
impossibilitando o conhecimento da realidade administrativa do município.
No ano passado, vários
prefeitos foram indiciados por denúncias de improbidade administrativa, por
superfaturamento nos produtos da merenda escolar e mesmo assim alguns deles se
reelegeram, apesar dos processos e brigas na Justiça.
A improbidade
administrativa está prevista na Lei Federal n° 8429/92. Segundo a Constituição
do País, “as disposições desta lei alcançam todas as pessoas qualificadas como
agentes públicos, na administração direta, indireta e fundacional, ainda que
transitoriamente, com ou sem remuneração”, diz o texto.
Apesar dessas sérias
questões, muitos políticos já se mobilizam para as eleições de 2014 e já
descarregam munições em seus possíveis adversários. Mal saímos de uma eleição
municipal e lá vem outra disputa, por eleição federal e estadual.
O desafio dos novos
prefeitos e administradores incluiu a reconstrução da imagem das prefeituras envolvidas
em escândalos de corrupção. Segundo alguns gestores, as gestões passadas
deixaram uma herança maldita.
Além do caos
administrativo e do sucateamento da máquina pública, há denúncias de falta de
planejamento, o sucateamento das unidades de saúde, o descontrole nos gastos
públicos, a ausência de recursos para obras em andamento.
Outro problema é que já na segunda semana do ano, médicos cirurgiões que trabalham como
prestadores de serviços nos hospitais ameaçam se desligar do Estado, devido à
crise na Saúde, que atinge postos e ambulatórios da rede pública prejudicando a
população mais carente.
No ‘frigir dos ovos’,
quem sai perdendo com o caos administrativo, a falta de compromisso com o que é
público e as políticas públicas é a população menos assistida. Nas escolas, já
se anuncia acampamento na porta das unidades, muitos dias antes de terem início
as matrículas estudantis.
Os números da violência
aumentam a cada dia, no noticiário, apesar do anúncio da diminuição nos casos.
É fácil se maquiar números. Vamos torcer para que os novos gestores encarem a
tarefa de administrar os municípios com seriedade, responsabilidade e com a
tarefa de diminuir as diferenças sociais
nas cidades. Boa tarde para todos.
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