Olívia de Cássia - jornalista
Diante dessa tragédia que aconteceu em Santa Maria, no Rio
Grande do Sul, a gente se põe a refletir o quanto somos frágeis diante da vida.
Nada mais importante do que a nossa paz interior, a mente serena e o aproveitar
a vida de forma responsável, porque a gente nunca sabe o que virá a seguir.
Vi comentários maldosos, sem nexo, desprovidos de conteúdo
nas redes sociais a respeito do fato
acontecido, como se a desgraça alheia fosse um show. Desisti de entrar nessas polêmicas e ficar
discutindo com gente que não tem nada na cabeça.
Vivemos num mundo onde a tecnologia em todas as áreas é
imprescindível e devemos ter sabedoria para utilizá-la. No caso de quem
trabalha com comunicação, as redes sociais são ferramentas imprescindíveis no
nosso dia-a-dia e quem ignora isso vai perder o bonde da história.
Ainda existe resistência e falta de entendimento da
importância disso, por incrível que pareça no nosso meio, entre jornalistas que
se recusam a se reciclar.
A gente não sabe até onde vai nossa capacidade de
compreensão, de abstração diante de alguns fatos que acontecem a nossa volta:
incompreensão, atitudes revanchistas, maldade, falta de traquejo no trato com
as pessoas, entre outras iniciativas.
Tenho vivido esse incômodo constantemente. Há atitudes de
pessoas do nosso convívio que embotam nossa capacidade de raciocínio: é como se
tivessem nos chamando de burra, idiota ou tola, mas isso existe em todas as
áreas a gente tem que reconhecer as deficiências alheias.
À primeira vista, sem uma análise mais acurada da questão, a
gente se sente diminuída no nosso trabalho, desprestigiado e sem valorização
pessoal nenhuma, quando nos é tirada uma ferramenta de trabalho primordial para
os dias de hoje.
As tecnologias surgiram no mundo para proporcionar
facilidades, abrir caminhos e para nós, jornalistas, hoje, nos é
indispensável, principalmente para quem lida com comunicação política,
assessoria e áreas afins.
Com salários irrisórios a maioria dos profissionais da
imprensa ‘mata um leão por dia’, para sobreviver nessa selva diária do mercado
de trabalho e tem que procurar dois ou mais empregos para poder garantir o
sustento e a sobrevivência sua e da família; todos sabem disso.
Conforto é um item que poucos na área conseguem. Temos que
dar duro em qualquer departamento no Jornalismo e mesmo assim, quando convém para alguns
coleguinhas, eles não compreendem o outro. Isso cheira a reacionarismo e
não consigo me conter diante da minha indignação.
Poderíamos dizer que estamos todos no mesmo barco, mas isso
não é verdade. Alguns têm os privilégios, mas são poucos. O sonho que a gente tem quando entra na
faculdade de ser um profissional bem-sucedido nem sempre se realiza e isso
frustra as nossas expectativas.
Não basta a gente amar a profissão que abarcou: precisamos
de valorização profissional e reconhecimento dos nossos valores. A gente rala
muito para chegar até a formação, muitas vezes tudo isso é aniquilado quando a
gente se depara com pessoas que não valorizam o nosso passe, para usar uma
linguagem do futebol.
A gente percebe as fraquezas, mesquinharias, falta de caráter
de alguns, que nem respeitam as condições do outro diante de algumas questões. Até
onde vai isso?
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