Olívia de Cássia – jornalista
Depois da repercussão na sociedade alagoana do caso da morte do médico José Alfredo Vasco, 67 anos, que culminou com uma grande passeata na orla de Maceió, esta semana, convocada pela rede social Facebook, o governador Teotonio Vilela (PSDB) voltou a Brasília para solicitar ajuda da Presidência da República, no que diz respeito à questão da segurança no Estado.
De volta a Alagoas, o governador anunciou ações que deverão ser desenvolvidas no âmbito da segurança pública, entre elas, concurso para a Polícia Militar. Téo declarou em entrevista à TV Gazeta, que o Estado prepara um plano conjunto com o governo federal para reduzir os índices de violência que assolam Alagoas.
Tomara que ações efetivas sejam realmente concretizadas para que a gente possa sair de casa mais aliviado. A gente não pode cansar de se indignar com cada ato de violência acontecido, apesar de às vezes parecer que nós vamos nos acostumando com tantos casos diários de crimes hediondos e sem solução. Cada dia acontece um caso pior que o outro e isso é o que nos entristece.
Nas sessões da Assembleia Legislativa o tema da falta de segurança e violência no Estado é sempre recorrente e também foi tema da última terça-feira, 29. O deputado Ronaldo Medeiros (PT) disse que a segurança do Estado está falida e outros deputados mostraram a sua ‘indignação’ cobrando mais ações do Estado e da Secretaria de Defesa Social (SDS).
A sociedade está de pés e mãos atadas, refém de bandidos e marginais que assaltam e matam a olhos vistos. Em União dos Palmares, do começo do ano até o momento, já aconteceram 18 assassinatos, a maioria de jovens e até crianças.
No sábado da semana passada, dois jovens foram assassinados. Na cidade aumentou a criminalidade, o número de roubos e assaltos e a Câmara de Vereadores realizou uma sessão para discutir o horário de fechamento de bares e restaurantes, no sentido de conter a violência, provocada quase sempre pelo consumo exagerado de drogas e álcool.
Em Maceió, nos bairros periféricos, o índice de criminalidade é diário e aumenta nos fins de semana, numa média de 20 mortes: por tiros, facas e pistolas. Ninguém está imune a essa violência e a sociedade alagoana parece que está acordando depois da morte do médico José Alfredo.
É preciso que a mobilização não fique só por aí, por conta da lamentável morte de uma pessoa de classe média alta, bem quista na sociedade. A violência acontecida no Corredor Vera Arruda acontece todos os dias na periferia das grandes cidades e não há grandes manifestações contra isso.
Ninguém escapa dessa violência, que assusta; seja rico, pobre, classe média, classe alta. Já colocamos várias vezes em artigos sobre o tema, que falta política pública no Estado, para conter essa onda de crescimento da violência em Alagoas, acompanhando os maiores estados do País. Faltam incentivos e ajuda para as clínicas e casas de repouso que cuidam de pessoas drogadas.
Aguardamos por aqui as ações anunciadas pelo nosso governador, depois da viagem ao Distrito Federal, para que os alagoanos tenham mais tranquilidade, qualidade de vida e possam sair de casa sem medo e sem pavor.
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