sábado, 12 de maio de 2012

Sábado à tarde

Olívia de Cássia Correia de Cerqueira

É tarde de sábado e nem sempre as coisas rotineiras da vida saem como a gente pensa. Idealizei outra situação para hoje e cá estou eu, sem nada resolver. Paciência, a gente espera que depois dê para resolver esse lado.

A tarde cai lá fora. O dia vai escurecendo e se tornando noite. Lindo dia de sol. Por aqui faz um calor insuportável. A chuva que a gente esperava não veio, espero que quando vier, venha acalmada, sem tempestades.

Os cães latem, desesperadamente, querendo ir á rua. Os gatos de casa fazem uma tremenda bagunça. Parecem crianças dando os primeiros passos; os maiores ficam só olhando a brincadeira dos menores, indiferentes a tudo aquilo.

Dispo-me da solidão ouvindo minhas músicas preferidas. Do rock in roll, à balada mais romântica. A música fala aos nossos ouvidos e toca na alma da gente. Em pensamentos a gente vai voando, pensando, viajando.

Quando a gente percebe, foi embora a preocupação, a indagação a respeito de algumas situações. O ar está parado, abafado, mas a cabeça dói. Tento me despojar de preocupações. “Todo carnaval tem fim”, é isso que a gente tem que absorver e aprender.

A vida vai levando a gente para outras situações e não adianta ir contra a maré. “A gente vai levando”, até onde for possível. Onde está o meu amor nessa tarde quente? O que faz nessa tarde de sábado quente e sem brisa? Por certo vivendo outros amores, outras vidas dispersas.

Tenho saudade do teu corpo, onde eu encontrava ‘uma paz infinita’. Será que não tem remédio na farmácia para sentimentos e amores recolhidos, mal resolvidos? No teu corpo cheio de mistérios eu acalentava minhas dores, minhas lágrimas e depositava todas as minhas esperanças, expectativas de vida e me entregava por inteira.

Nessa entrega total, eu não percebia as entrelinhas cheias de mistérios da tua vida de mistérios e de casos. Minha ingenuidade e lealdade impediram de ver a traição em teus olhos. ‘“Olhos negros, cruéis, tentadores”.

Martírios e enganos, histórias mal contadas e tantas mentiras permearam teu comportamento, que ficava difícil saber quando estavas sendo verdadeiro. Mas é tarde de sábado e em outros tempos a gente ficava idealizando como ia ser essa noite, juntos, passeando, conversando, falando de nós, falando de tudo.

A noite já vem chegando, será mais uma noite sozinha, sem a tua presença, sem o teu carinho, sem a tua respiração. Cai a tarde e a noite aponta lá no horizonte infinito, sussurrando no meu ouvido que preciso me desligar de tudo o que diz respeito ao meu passado, como se isso fosse possível.

Passei por tantas e tantas situações vexatórias por causa de você, mas não posso dizer que já superei tudo, não posso mentir, às vezes tenho recaídas. Curada a gente não pode dizer nunca que está, mas cada dia é um dia e devemos valorizar aquilo que temos.

Aprendi com a vida que a gente busca a felicidade longe dos nossos olhos, mas às vezes ela está bem pertinho da gente, seja de que jeito for. Tenham uma boa noite e fiquem com Deus.

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