terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Uma chuva de verão

Olívia de Cássia – jornalista

Hoje amanheceu chovendo; chuva de verão. Dizem que é passageira, como a vida de todos nós. A gente vive fazendo planos, traçando metas e determinações. Muitas vezes algum impedimento atrapalha aqueles nossos planos e a gente passa a reclamar da vida, da situação.

Muita coisa na rotina da gente depende de como conduzimos a nossa vida, o que foi que adotamos como estratégia, as nossas escolhas; tudo isso influi para que nossos planos e metas de vida deem certo, ou não, como diria Caetano.

Não adianta a gente reclamar disso ou daquilo; tudo tem seu tempo e lugar. Antes eu tinha um lado mais pessimista da vida. Hoje, apesar de tudo, de todas as dificuldades e impedimentos na saúde, me sinto melhor, agradecida da vida e da natureza por ainda me permitir pensar com lucidez, encarar os acontecimentos com mais serenidade e ainda poder caminhar, embora que os meus passos já não sejam tão firmes.

Dizem que viver é uma arte. Tem gente que tira de letra e encara a vida como um presente de Deus e é. Tudo está escrito do jeito que Ele detrmina. Às vezes temos flexibilidade para mudar uma situação, mas todas as coisas do universo estão sob sua regência, deem a Ele que nome for: Divindade, Força da natureza, Força divina, Força do Universo, Jeová, Emanuel ou Jah.

Tudo está no comando de quem criou o universo, não adianta os ateus me criticarem. Erico Verissimo disse, em “Olhai os Lírios do Campo”, por meio de cartas de um de seus personagens, que “não existe um ateu sereno“.

Eu respeito todas as crenças e religiões. Aprendi que qualquer caminho dessas crenças nos leva a Deus, mas tem muita gente professando a religião e desejando o de pior para o outro, nesse mundo tão competitivo. Isso eu não entendo.

Quando eu ia à missa, em União dos Palmares, na época da minha juventude rebelde, via muita beata que estava lá para falar mal dos outros, ver a roupa que estavam usando e depois da celebração, iam para a rua falar da vida alheia e fazer fofoca para os pais dos jovens.

Na praça da Assembleia está tudo calmo hoje. Ao lado, o prédio do Arquivo Público passa por uma demorada reforma. Ainda é cedo, aguardo a chave da sala para entrar. Estou aqui de novo, acho que me acostumei com o movimento do parlamento alagoano.

A política sempre esteve “rondando a minha porta feito alma penada”. Desde menina o assunto me interessa; é coisa de sangue mesmo, puxei a papai, meu velho apaixonado por esses assusntos, às vezes tão áridos.

A Casa entrou em recesso de fim de ano, mas ontem os deputados foram chamados para uma sessão extraordinária que aprovou, por 19 votos a dois, o Decreto Legislativo que autoriza a Mesa Diretora a se abster de dar cumprimento a decisões judiciais que tratem do afastamento de deputado estadual no exercício do mandato.

Apenas os deputados Judson Cabral e Ronaldo Medeiros (ambos do PT) se posicionaram contra. O teor do Decreto Legislativo estará publicado na edição desta terça-feira, 20, do Diário Oficial do Estado.

A sessão foi por conta da decretação pelo juiz Helestron Costa, pelo afastamento dos deputados Cícero Ferro (PMN) e João Beltrão (PRTB), juiz da 17ª Vara da Fazenda Pública de Maceió. Ele determinou, na sexta-feira à noite, pelo afastamento do cargo os deputados estaduais João Beltrão (PRTB) e Cícero Ferro (PMN), além do deputado federal Arthur Lira (PP).

Eles são acusados de desviar recursos da folha de pagamento da Assembleia Legislativa de Alagoas, em esquema denunciado em 2007 pela Operação Taturana da Polícia Federal (PF). São coisas do parlamento, rotina da ALE. Alguem duvida que os deputados iam deixar por menos?

Nenhum comentário:

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...