Olívia de Cássia – jornalista
Chegou o Natal, a festa mais cristã da humanidade, quando se comemora o nascimento de Jesus Cristo. Nessa época do ano as pessoas se dedicam à correria da festa, a escolher presentes, mas esquecem do nascimento do aniversariante principal: Jesus Cristo. Aquele que segundo o cristianismo, nasceu para salvar a humanidade.
A data poderia ser comemorada o ano todo com as pessoas sendo mais fraternas e mais solidárias, doando um pouco de si para quem mais necessita. Passamos o ano todo correndo, tocando a vida para frente, realizando tarefas, de uma forma tão egoísta que às vezes nem nos lembramos de prestar uma gentileza para quem está do nosso lado: um vizinho, um amigo ou alguém conhecido que passa por algum problema ou situação difícil.
O Natal é uma festa que a tradição manda ser comemorada com a família e os amigos, mas existem famílias muito desunidas. Irmãos se matando por causa de herança, traições entre cônjuges e amigos e outros problemas tão comuns nos dias de hoje. No mundo tão competitivo e violento como o de agora, as pessoas esqueceram esse lado mais humano e fraterno e perderam a tolerância.
Apesar da luta da gente por políticas públicas decentes para os menos favorecidos por parte do governo, é preciso que as pessoas também se voltem um pouco para a caridade e a fraternidade. Precisamos fazer a nossa parte. Lembrar daquelas pessoas que vivem à margem da sociedade pode nos fazer um bem enorme: os moradores de rua, os menos favorecidos e os idosos dos abrigos, que precisam de doações e da nossa ajuda, já que o Estado não supre, na maioria das vezes, essas carências.
É muito triste freqüentar os abrigos de idosos e a gente observar pessoas abandonadas à própria sorte, colocadas ali como um depósito, esperando apenas o dia da morte. Muitos já perderam a referência de vida; outros falam do passado com nostalgia e saudade. Saudade de um tempo que não volta.
É preciso que a gente pense um pouco sobre esses valores que aprendemos na infância com nossos pais, mas que foram esquecidos pelo tempo. Talvez seja por isso que o mundo esteja assim, tão egoísta e violento. Este ano o nosso Estado aparece no Mapa da Violência como o mais violento do Brasil.
Mas, além disso, Alagoas é também o lugar onde mais morrem negros e jovens no País. E se não fosse o Espírito Santo, a “Terra dos Marechais” seria ainda a terra de maior matança entre as mulheres. O Mapa da Violência 2012 analisou o avanço dos homicídios no Brasil nas últimas três décadas. Nos estudos divulgados desde 1998, o Instituto Sangari chega sempre à mesma conclusão: são os homens as vítimas mais numerosas.
As mulheres vítimas somaram 4.273 ou 8,6% do número de assassinatos. “Ainda assim”, revela o Mapa, “apesar da baixa participação, nas estatísticas recentes, morrem acima de quatro mil mulheres anualmente vítimas de homicídios. Nos 30 anos considerados, morreram 91.886 mulheres por esta causa”.
Outra confirmação recorrente nos estudos desenvolvidos pelo Instituto Sangari é que, além de homens, as vítimas mais recorrentes dos assassinatos são jovens, na faixa etária de 15 aos 24 anos. Nos últimos anos, as vítimas de homicídios em Alagoas foram ficando ainda mais específicas.
Têm sido recorrentes as notícias de emboscadas contra políticos, assassinatos de moradores de rua e crimes de homofobia. Só no ano passado, segundo a própria Polícia Civil, foram mortos 32 moradores de rua – número divulgado em novembro de 2010.
Que neste Natal possamos refletir sobre esses temas e que o Ano-Novo que se aproxima seja de paz, harmonia e realização para todos os alagoanos.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
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