Olívia de Cássia - jornalista
Daqui a alguns dias já é o Natal. O ano nem bem começou e já foi embora ou então fui eu que não percebi os dias passarem. A gente corre tanto, luta tanto que não percebe a rapidez da passagem do tempo. Os anos passaram e muita coisa já ficou para traz.
Nessa época, o comércio vive a expectativa da melhor época para faturar. As vitrines se enfeitaram e tudo lembra Papai Noel, o bom velhinho que na lenda viaja o mundo para distribuir presentes em cima de uma charrete puxada por renas. Não é uma lenda brasileira e espalhou-se por todo o mundo.
O Natal e outras tantas datas comemorativas virou comércio. A maioria das pessoas não se importa mais com a mensagem natalina do nascimento de Jesus para salvar a humanidade.
A maioria pensa mesmo é em ganhar e dar presentes e em consumir o que pode e o que não pode, mas o principal homenageado parece que foi esquecido pelas pessoas. Talvez seja por isso que o mundo está tão desumano e cruel.
Sempre achei o Natal uma data triste, apesar de ser uma época em que a gente cristã celebra o nascimento do menino Deus e a tradição orienta que se deve ficar com a família, seguindo os rituais da religiosidade. Fico um pouco reflexiva nessa época do ano.
No lado financeiro, o País está equilibrado, mas com relação à segurança pública, que é um dever do Estado, não conseguimos diminuir a violência, que já está instalada em cidades antes consideradas pacatas. Os marginais estão até ordenando toque de recolher ou determinando quem entra e quem sai nas comunidades.
Isso seria difícil, quase impossível de a gente pensar em anos passados. A situação é absurda.
Em Alagoas mata-se por motivos banais, por dívidas mínimas de drogas, por falta de tolerância, por sentimento de posse e pela questão da brutalidade mesmo. Em todo o País, um milhão de pessoas estão dependentes do crack, segundo os últimos dados divulgados. São números que assustam.
Não há um dia sequer que não haja mais de uma tragédia em Maceió e no interior também. Na quarta-feira, um preso foi decapitado na cela, do presídio Baldomero Cavalcanti confirmando as estatísticas. Outro dado é que além da violência urbana e social, a violência no trânsito assusta.
Parece que as instituições estão perdendo para a bandidagem e é necessária uma ação mais enérgica; a intervenção do Estado. É preciso investir e implantar em Alagoas políticas públicas destinadas a essa situação de risco.
É preciso mais policiamento nas ruas e mais investimentos na educação, pois se os governos não enxergarem o conhecimento e a aprendizagem como ferramenta necessária e a porta para a formação da cidadania, com investimentos nas crianças e nos jovens, o que será da sociedade para as próximas gerações? Que a época do Natal sirva para um repensar de ideias.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
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