Olívia de Cássia – RepórterO deputado João Henrique de Holanda Caldas (PTN), em coletiva concedida na manhã de hoje em seu gabinete na ALE reafirmou que vai devolver R$ 650 mil recebidos durante o ano por funcionários de seu gabinete. Ele disse que desde o início do mandato “não sabia” o que era aquela verba e esperou o momento certo, “mais oportuno” para devolver, para pedir explicação.
O deputado confirmou também que cada parlamentar alagoano custa aos cofres públicos cerca de 150 mil reais, juntando a verba de gabinete, o salário e os complementos recebidos. Questionado se é um preço justo ele disse que ‘é um absurdo’. “É um preço absurdo e desejo que seja esclarecido”, disse ele.
JHC destacou que a sociedade alagoana não tem mais a Assembleia como a “caixa de ressonância”. Ele disse que convocou a imprensa nesta manhã, porque na tarde de ontem foi interrompido pela falta de energia no plenário, na hora que fazia cobranças à Mesa Diretora da Casa.
Antes de iniciar a entrevista João Henrique conversou reservadamente em uma sala com seu advogado e a assessoria. Ele disse que fez a cobrança à Mesa Diretora da Casa, por meio de ofício protocolado na tarde de ontem na ALE, por conta também de um manifesto dos servidores da Casa e de vários questionamentos que estão sem respostas, como a destinação do dinheiro depositado nas contas dos funcionários de seu gabinete.
“Fiz o requerimento para que a Mesa Diretora esclareça alguns questionamentos que tenho. Há uma decisão judicial que pede a suspensão da GDE (Gratificação por Dedicação Excepcional), por isso fiz a solicitação das informações”, reforçou JHC, afirmando que foram depositados a mais para os funcionários, em média, mensalmente, R$ 50 mil, “acredito que não é legal”, disse ele.
Com o pagamento dessa Gratificação Excepcional os salários dos comissionados dobram, segundo o deputado. Ele disse que orientou para que não mexessem na quantia e esperou o momento certo para fazer a devolução. “O ofício que encaminhei ontem à tarde foi bem elaborado e fundamentado, estou devolvendo dinheiro e se não houver resposta vou buscar respostas legais. Não há uma denúncia, foi um pedido de informação”, observa.
O deputado disse que fez o pronunciamento ontem, não para denegrir a Casa. “Houve um questionamento e não obtive resposta”. Indagado se tem a retaliação de outros deputados ele disse que não. “Não temo retaliação por parte de outros parlamentares. A Mesa é que tem que responder aos questionamentos que fiz”, disse ele.
Caldas ressaltou também que não votou na Mesa Diretora da Casa e que não tem nenhuma relação com a Presidência, motivo pelo qual estranhou que o dinheiro fosse depositado nas contas de seus funcionários. Não tenho acesso a nada, há uma concentração (das informações) na Mesa Diretora e os questionamentos que tenho são inúmeros”, destacou.
Segundo João Henrique, até agora nenhum deputado se manifestou sobre o assunto. “Acredito que não é legal. Nunca solicitei esses recursos”.
Sindicato apoia deputado
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo (STPL), Ernandi Malta, estava na coletiva e parabenizou o deputado do PTN pela iniciativa de devolver a verba ao Estado. “Em nome do Sindicato quero parabenizar o deputado”, disse ele acrescentando que JHC pode contar com a instituição.
Ernandi também disse que foi até o gabinete pedir o documento com o encaminhamento da devolução doso R$ 650 mil e que desde a época da Operação Taturana, vem fazendo as denúncias de desvio de irregularidades na ALE.
Malta observou que os servidores do Poder Legislativo estadual estão há 15 anos sem receber férias e que há um resíduo de 30 milhões a receber pela categoria. “Isso aqui é uma bola de neve. O Sindicato entrou com uma ação na Justiça para acabar com a GAP (antiga gratificaçãoo que foi denunciada pelo então deputado Rui Palmeira); ela foi extinta e então foi criada a GDE (Gratificação por Dedicação Excepcional)
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário