O governador do Rio de Janeiro, Sergio
Cabral, assumiu nesta quinta-feira (1º) que cometeu erros em seu segundo
mandato. O reconhecimento dessa culpa foi feito publicamente, em uma entrevista
na Rádio CBN. “Sem dúvida aqui no Rio, eu também cometi erros. Erros de
diálogo, erros de incapacidade de dialogar, que sempre foi a minha marca”,
pontou Cabral.
Esse reconhecimento foi diante do
questionamento a respeito das manifestações que estão acontecendo naquele
Estado. “Acho que da minha parte faltou mais diálogo, uma capacidade de
entendimento e de compreensão, poderia citar várias situações em que essas
questões se deram. Mas, eu não sou uma pessoa soberba, que não está aberta ao
diálogo. Para mim, a democracia é um bem intangível”, disse Cabral.
A afirmação do governador, pode
até ser demagógica como a da maioria dos políticos que conhecemos e estamos
acostumados a conviver, mas me fez pensar como seria bom se todos nós reconhecêssemos
nossos próprios erros: é uma virtude, não só para o gestor de um Estado como o
Rio de Janeiro. Ele pode ter cometido todos os enganos do mundo, mas o fato de reconhecê-los
publicamente já ganha pontos comigo.
Estamos acostumados a presenciar
arrogância de muitos homens públicos diante de questionamentos da imprensa a
respeito de seus equívocos. Não há nada pior num ser humano do que a arrogância
e a capacidade de se achar o dono da verdade.
É difícil para muitas pessoas adotarem
em seu comportamento uma atitude de humildade e reconhecer os próprios erros
numa cultura como a nossa. Raramente se encontra uma atitude de arrependimento
numa sociedade competitiva e a gente que convive no dia a dia com diversos
tipos de caráter sabe disso.
Quase ninguém reconhece que está
errado e diz: "Estou errado. Sinto muito; por favor, me perdoe", “muito
obrigado”, “fique com Deus”. Pelo contrário: com muita frequência a gente
escuta: "Vou processar você! Vou levá-lo à Justiça”, “Você vai se dar mal".
Tenho a fama diante de alguns
colegas de ser tola demais e condescendente com algumas pessoas. Nessa época globalizada,
a palavra humilde mudou de significado e foi deturpada para pobreza de espírito
e \ou ignorância e fraqueza.
O escritor e blogueiro Roberto Recinella
observa que humildade é a coragem de assumir que posso estar errado e exige a
responsabilidade de aprender com as experiências e conhecimentos disponíveis ao
seu redor. “Segundo a filosofia judaica, se a tolerância é o motor da vida, a
humildade é o seu combustível”, destaca o escritor.
Muitas pessoas têm vergonha ou
orgulho de reconhecer que cometeram algum engano, em alguma prática ou fala
diante dos outros e mesmo tendo as evidências desses enormes enganos são
renitentes, intransigentes e não admitem seus erros. Eu já cometi infinitos enganos
na vida e aprendi com meus pais a arte da humildade: isso não quer dizer que tenhamos que ser submissos e
baixar a cabeça perante o seu semelhante.
“Às vezes somos complacentes demais com nossos
erros, agimos com uma condescendência que não usamos para com os erros dos
outros. Dois pesos e duas medidas. Saber que errou e não voltar atrás é ter
compromisso com o erro. Se você percebe que errou e acha que esse erro não foi
uma besteira qualquer, pode tirar dele uma lição”, escreve Manuel Felipe em seu
Facebook.
Talvez o que penso e o que digo
não possam interferir na opinião do outro, não tenha muita serventia para muita
gente ou alguém possa achar que seja hipocrisia de minha parte falar sobre
assuntos outros que não pertençam a minha seara de jornalista. Mas tenho
desenvolvido um aprendizado profundo a cada dia depois que adotei novas
práticas em meu comportamento. Bom dia e fiquem com Deus.
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