Assessoria de Comunicação - Edberto Ticianeli
As explicações que o presidente da Assembleia, deputado
Fernando Toledo (PSDB), apresentou na terça-feira, (6) não convenceram a ninguém e serviu apenas
para aumentar o descontentamento dos deputados com a situação de desgaste que o
Poder Legislativo vem sofrendo com as denúncias do deputado João Henrique
Caldas (PTN).
Nem mesmo a ameaça de processo judicial dirigida ao deputado
João Henrique Caldas por Toledo foi levada a sério no Plenário. O tom das
intervenções foi de cobrança por transparência das contas.
Na sessão desta quarta-feira, 7, o deputado Judson
Cabral (PT) afirmou que se não fossem dadas as explicações, acionaria a Justiça
para afastar a Mesa Diretora, e Olavo Calheiros (PMDB) propôs o aprofundamento
das investigações com a instauração de uma CPI.
Judson Cabral reagiu
ao pronunciamento de Fernando Toledo dizendo que estava incomodado e
envergonhado com os acontecimentos. Para ele, o presidente da Assembleia não
pode responder às sérias denúncias que atingem o poder com breves relatos.
“Somos um coletivo e todos os deputados são atingidos quando as denúncias não
são explicadas ou identificados os
responsáveis pelas irregularidades”.
Cobrando a realização
de uma reunião dos líderes partidários para receber informações, Judson Cabral
avalia que esta situação só está acontecendo porque o poder não é transparente
nos seus atos.
“Cansei de cobrar publicidade das nossas contas e a realização
de audiências públicas para discutir a gestão fiscal da Assembleia. Da mesma
forma, cobrei o plano de aplicação dos recursos oriundos do convênio com a
Caixa Econômica. Nunca recebi uma resposta e até hoje não sei como o dinheiro
foi aplicado”.
Jeferson Morais (DEM) também declarou que estava incomodado
pelas cobranças das ruas. Ele reclamou que os deputados estavam sendo pautados
pela imprensa e que não tinha tido acesso a nenhum documento dos que foram
fornecidos pela Caixa Econômica.
Ronaldo Medeiros (PT) propôs que a Assembleia
realizasse o recadastramento dos seus servidores e publicasse na internet como
forma de evitar problemas como os que estão acontecendo.
Ameaçado de processo
por Fernando Toledo, o deputado João Henrique Caldas reagiu com tranquilidade e
mandou recado para o presidente da Assembleia, insinuando que vem mais
denúncias por aí.
“Temos que aguardar os próximos capítulos. Isso é apenas o
início, a ponta do iceberg. Esse é um momento de muito cuidado, de saber medir
as palavras, para depois não se complicar”. JHC alerta que os deputados têm que
ter maturidade para enfrentar a crise, mas não pode se omitir, porque pagariam
caro por isso.
Fernando Toledo
prometeu que o novo procurador-geral da Assembleia, o advogado Fábio Ferrario,
assim que tomar posse, vai dar as explicações sobre as contas que foram objeto
das denúncias.
Ferrario substitui Marcos Guerra, que pediu afastamento, segundo
os servidores da Casa, após saber que Polícia Federal, Receita Federal e
procuradores do INSS fariam uma devassa na Assembleia.
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