Bombeiros e guardas florestais lutam para combater as chamas
Fogo destruiu uma grande área de mata nativa
Por João Paulo Farias – Texto e Fotos
Um incêndio de grandes proporções iniciado na manhã desta quarta-feira, 25, destruiu mais de vinte e cinco hectares de mata nativa, da Serra da Barriga, localizada no município de União dos Palmares. As chamas começaram após um posseiro, identificado como Leandro, que é agricultor e reside próximo à mata fechada, fora da área tombada, ter colocado fogo em uma área para cultivo de lavoura.
Por volta das 19h, as chamas haviam sido controladas, porém não foi descartada a volta do fogo e o local ficou sendo monitorado pelos guardas florestais. Nesta quinta-feira, 26, um perito do Corpo de Bombeiros irá visitar a área destruída, para fazer um laudo, constando se o incêndio foi ou não de cunho criminoso, como também, uma equipe do Instituto do Meio Ambiente – IMA, estará visitando o local para fazer uma vistoria.
Segundo Genisete Lucena, representante do escritório da Fundação Palmares em Alagoas, as chamas se propagaram além do normal e atingiu a vegetação nativa, na área tombada, destruindo muitas espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica. “O incêndio se propagou sem controle e havia o temor que atingisse o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, distante dois quilômetros da área atingida pelas chamas”, observou.
O Corpo de Bombeiros chegou ao local duas horas após o início das chamas; antes disso, um grupo de seis guardas florestais, que são responsáveis pela vigilância da Serra e do Parque Memorial, já haviam iniciado os trabalhos de combate às chamas e junto aos bombeiros trabalharam por mais de nove horas até o incêndio ser controlado.
“As dificuldades enfrentadas pelo Corpo de Bombeiros contribuíram para o alastramento das chamas, pois só havia uma viatura, para apagar as chamas e quando a água acabava o veículo tinha que ser abastecido na Usina Lajinha, o que ocasionava uma demora de quase uma hora para cada abastecimento”, conta Genisete.
Segundo ela, momentos de tensão foram registrados no local. A equipe do Sargento Alex do Corpo de Bombeiros e os guardas florestais, chefiados por Diogo Palmeira, não mediram esforços no combate às chamas.
Quase no final da tarde, um caminhão-pipa, cedido pela Usina Serra Grande, do município de São José da Laje, chegou ao local, para ajudar. As dificuldades aumentavam, pois a área atingida pelas chamas é de encosta, o que dificultava o acesso dos Bombeiros.
Genisete Sarmento disse que o incidente foi de conseqüências graves e pediu ao Corpo de Bombeiros um laudo sobre o incêndio, para ser encaminhado à Fundação Palmares, em Brasília, que tomará as providências cabíveis.
Ela afirmou que terá, junto aos guardas florestais, uma conversa mais séria, com esses posseiros do local, para prevenir uma situação como a que foi registrada nessa quarta. “A floresta irá demorar muito para se recompor”, disse a representante, em tom de tristeza.
Genisete parabenizou o trabalho dos guardas florestais e do Corpo de Bombeiros, que foram primordiais para que não ocorresse uma tragédia maior. Ao mesmo tempo ela criticou a falta de um Posto do CB no município, “pois numa emergência como essa foi preciso que os bombeiros se deslocassem de Maceió para prestar o socorro”.
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