quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os sem-cidadania

Foto de Genisete Lucena
Olívia de Cássia – jornalista

Apesar de o Governo Federal ter liberado verba suficiente para o socorro às vítimas das enchentes de junho do ano passado, o drama daquelas pessoas, abandonadas à própria sorte, só aumenta a cada dia.

Com as obras da construção das casas quase paradas, muito mais agora, por conta do período chuvoso, é de cortar o coração o modo como estão vivendo aquelas pessoas, em quase todas as cidades atingidas pelas águas dos rios Mundaú e Paraíba.

A imprensa tem denunciado a falta de estrutura das barracas, o alagamento dos terrenos onde foram armadas e a sujeira desses locais, sem contar com os casos de prostituição, violência e drogas.

Em algumas cidades banhadas pelo Rio Paraíba, os prefeitos adotaram o aluguel social, mais indicado nesses casos.

Na terça-feira, o O Jornal mostrou em reportagem a situação dos desabrigados de Rio Largo, onde até fezes saem das pias. Em outra oportunidade já foram mostradas as condições em que estão vivendo os desabrigados as cidades de Branquinha, Murici, União e Santana do Mundaú.

Em União, as obras também estão em atraso. Até agora nenhuma casa foi entregue na cidade. Em Santana do Mundaú, caso mais grave, nada foi feito, pois o terreno escolhido, segundo as lideranças locais, não é apropriado porque é muito alto, em cima de um morro, que corre o risco de despencar com as casas que forem construídas..

No primeiro semestre, A Assembleia Legislativa (ALE) criou uma comissão para acompanhar os trabalhos de reconstrução que tem como presidente o deputado João Henrique Caldas (JHC).

Para discutir a questão Já foi feita uma audiência pública, no plenário da Casa de Tavares Bastos, com a presença de vários prefeitos das cidades atingidas.

O deputado JHC também concedeu várias entrevistas na Rádio Zumbi, em União, criticando a morosidade das obras e a situação das barracas, fazendo a sua avaliação sobre a situação dos desabrigados. Segundo ele, não é das melhores.

Há muita insegurança para as famílias que estão alojadas naqueles locais. É preciso que o poder público convoque ONGs, sociedade civil organizada (sindicatos, OAB e outros), para que encontrem soluções emergenciais que diminuam o sofrimento das pessoas que estão sobrevivendo nesses locais, sem dignidade e sem cidadania.

Ano que vem tem eleições municipais. Será que vão deixar para intervir na questão quando estiver mais perto do pleito? Fica a reflexão.

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