Olívia de Cássia - jornalista
No domingo, 17, voltei à Serra da Barriga, oito meses depois da última vez que estive lá, quando compareci às festividades do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Na visita deste domingo, acompanhei lideranças do Partido dos Trabalhadores que foram com a deputada federal Janete Pietá, do PT de São Paulo e seu marido, o ex-prefeito de Guarulhos e atual secretário-geral do partido, Eloy Pietá.
O tempo ontem não ajudou muito para o acesso ao local. Chegamos à sede do antigo Quilombo dos Palmares pouco mais de meio dia, com um clima frio, nublado e chuvoso. Essa foi a primeira vez que visitei a Serra da Barriga no período do inverno.
A estrada de acesso ao topo do morro alto está péssima, a partir da Fazenda Jurema. Só é possível chegar por lá em carro potente, alto e de tração. Em alguns trechos da estrada a água quase cobre o pneu de uma Hilux que ia à nossa frente.
É preciso que seja feita alguma ação, no sentido de melhorar aquela estrada que dá acesso a um dos principais referenciais históricos do País e do mundo. O reparo não pode ser feito somente nas proximidades do dia 20, quando se festeja Zumbi, no Dia da Consciência Negra.
A deputada Janete e o marido Eloy ficaram emocionados ao chegarem ao local. Em um trecho do percurso, já próximo ao platô da Serra, eles desceram da boleia e subiram na traseira da camioneta, cantando a música imortalizada por Clara Nunes, que fala da epopéia do Quilombo dos Palmares. Todos nós acompanhamos juntos, felizes, como se fôssemos crianças.
Lá em cima, nossos visitantes ilustres, acompanhados de lideranças do PT, percorreram cada canto do memorial, subiram no observatório e fizeram vários registros fotográficos, apesar do tempo nublado.
Descemos cuidadosamente até a lagoa onde fica a árvore sagrada, a gameleira, onde fizeram seus pedidos e orações. Há várias lendas em torno da lagoa e da árvore, uma gameleira, que está ali desde a época do antigo quilombo e que agora está com o tronco oco e ressecado.
Na volta, todos se abasteceram na Casa do Louro, um pequeno restaurante rústico que funciona na casa do próprio morador. A deputada Janete, que é vegetariana, se deliciou com tapiocas feitas na hora, abóbora cozida e frutas.
Ela falou a respeito da emoção que sentiu ao chegar ao local. Disse que foi um sonho que realizou. “O coração ficou apertado”, observou, entre a degustação de tapiocas e frutas que os donos da casa prepararam.
A deputada disse ainda que esperava mais conservação do local e que em Brasília vai lutar por melhorias na Serra da Barriga. Estar na na minha terra dá uma sensação de paz e tranquilidade e fazer esse passeio para mim é sempre gratificante e salutar, uma saborosa aventura!
segunda-feira, 18 de julho de 2011
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