Dizem que chorar alivia o peito, desafoga a alma sofrida e
nos faz colocar para fora todo o sentimento reprimido. Já chorei muito na vida:
chorei por amores perdidos, por não ser amada, por me achar inferior aos
outros, já chorei de alegria e também sem motivo algum.
Qualquer coisa era motivação para eu me debulhar em lágrimas. Eu não tinha autoestima; desde a infância fui uma criança depressiva e assim fui crescendo, apesar de
ter tido boa formação, bons amigos, uma infância razoavelmente salutar e uma família que me deu estudos e condições de
vida.
Fui uma adolescente cheia de complexos de inferioridade e
passei a minha vida em conflitos interiores. Hoje, olhando bem de longe todas essas
experiências passadas posso dizer que sou uma pessoa forte, apesar de tudo.
Eu não acreditava que eu pudesse ter essa fortaleza dentro
de mim, suportar muitas dores, decepções, por ser uma criatura tão frágil. Ainda
hoje sou assim, chorona, estilo típico de uma capricorniana, mas com o tempo a
gente vai se fortalecendo, criando uma proteção dentro da gente, defesas
interiores, que nos fazem mais fortes.
Eu nunca fui uma fortaleza de segurança e sabedoria e o
choro vai além da nossa emoção, como dizem por aí: é o resultado do que nós sentimos,
a expressão de um sentimento. Prega a psicologia moderna que muitas pessoas
desenvolvem um mecanismo de defesa onde o choro é o grande recurso.
Avalio que isso acontece quando a gente se sente impotente
para revidar a ofensa recebida como a gente gostaria. Eu já engoli muita raiva,
muita tristeza na vida, muitas decepções, mas hoje posso dizer que
estou em fase de recuperação e superação.
“Há gente que chora demais ou que se deixa paralisar pelo
choro. Como resposta a qualquer adversidade, recorrem às lágrimas e não param
mais”. Eu era assim muito mais que hoje. Segundo Aziz, essa reação é muito
semelhante àquela das pessoas que riem demais ou que brincam demais, mesmo nas
situações mais impróprias.
A psicóloga Cláudia Morais, em seu blog diz que em
Psicologia o choro é, sobretudo, a oportunidade para exteriorizar, sem constrangimentos,
emoções tão vastas como a tristeza, a solidão, o desespero ou o desamparo. Mas
o choro, segundo ela avalia, também pode ser terapêutico.
“A maior parte das pessoas já experimentou uma sensação de
alívio depois de uma "crise" de choro - como se o episódio nos
ajudasse a ver as coisas de uma perspectiva diferente. Mas isto nem sempre
acontece, pelo que é legítimo questionar-se se existem choros “bons” e choros
“maus””, explica Cláudia Morais.
Ainda me sensibilizo e choro ouvindo uma música, lendo um
belo texto, uma boa poesia, com cenas do cotidiano que me tocam ou com o
carinho que tenho dos meus amigos. Mas sem o chorar de antes e com muito
sorriso no rosto, eu desejo que todos tenham um ótimo fim de semana. Boa noite!
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