Foto de Nathalya Cerqueira
Olívia de Cássia – jornalista
O tempo passou para a minha geração de cinquentões e a gente nem percebeu isso. Foi tão rápida a passagem do tempo, que hoje eu nem conheço muitos dos descendentes dos meus amigos e de alguns parentes que ficaram em União dos Palmares. Me surpreendo quando conheço a moçada.
Tem muita gente jovem e bonita que passa por mim e nem sei dizer quem é; juventude linda. No 1º Encontro Beira Rio, realizado na sexta-feira, 7, tive a felicidade de ser reconhecida pela sobrinha do meu amigo querido Alonsinho, Yasnaia Poliana, que eu vi quando era bem miudinha.
Quando Naia nasceu, a gente ia com Alonso na casa de Dalva e Adeildo visitar a sobrinha linda do amigo. Quando Alonsinho se foi desse plano, tão novinho ainda, Naia estava miudinha; eu me mudei para Maceió e ela cresceu, tornou-se uma linda mulher e casou.
Foi uma alegria inenarrável para mim ter sido reconhecida por ela na festa de sexta-feira; aquela princesinha que a gente paparicava quando era um bebê. Conversamos muito e falei um pouco para ela e o marido, como era nossa juventude no final da década de 70 e começo dos anos 80, em União.
As brincadeiras que fazíamos, as músicas que curtíamos, os boatos e os falatórios que causávamos à sociedade palmarina com a nossa rebeldia. Foi um encontro de muitas lembranças e agora fizemos amizades nas redes sociais; vamos poder trocar ‘figurinhas’ daqui pra frente.
O tempo terá passado para nós? Tenho clareza que sim, mas muita coisa que ainda sonho e penso se assemelha à época da minha juventude. Não deixei de sonhar os nossos mais lindos sonhos. Até me sinto diferente das outras pessoas da minha idade, às vezes.
Ainda me pego sonhando em fazer viagens distantes e exóticas, de aventura, com amigos, embora reconheça as dificuldades, tanto na vida prática quando financeira. Ainda valorizo as amizades e o amor incondicional entre as pessoas, embora a realidade crua nos diga que paremos de sonhar.
Ainda sonho com uma sociedade mais justa e mais igualitária, onde as amizades sejam mais importantes que o dinheiro e o poder. Onde o Ser se sobreponha ao Ter e as pessoas cultivem a humildade acima de tudo. Será que o tempo passou ou eu parei no tempo?
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
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