Olívia de Cássia Correia de Cerqueira
Estou desencantada com a violência urbana, a violência
contra as mulheres, crianças e incapazes.
Não quero me desencantar com o ser humano, mas a cada dia me entristeço
com pessoas que tramam e arquitetam tramas diabólicas contra os que consideram
inimigos por causa de poder e dinheiro.
Nessa época de campanha eleitoral vejo valores se invertendo
na política alagoana, é fáci9l a gente perceber isso nas redes sociais e cada
vez me convenço que devo me afastar disso tudo para não me contagiar com esse
clima agressivo, não tenho saúde para isso. Uma pena. Assim como meu pai já fui
muito apaixonada por eleições, mas avalio com o passar do tempo que não tenho
mais estômago para ver tanta coisa errada dada como certa.
A briga pela manutenção do status quo, a briga pelo poder de
barganha, por cargos, a ganância, a avareza está tomando conta das pessoas; tudo
desperta nessa época do ano. E aquela visão de que se retome a política ‘apenas
como meio para a materialização de um projeto de sociedade sustentável e
solidária’, vai se perdendo nas armadilhas do tempo e da própria concepção
atual do que seja política.
Falo isso de uma maneira geral; entristeço-me porque tenho
amigos de todas as tendências políticas e não vejo o processo como uma briga
apenas de ideias e projetos. Termina a situação descambando para o lado
pessoal. E no interior isso é gritante.
Se a gente vai conversar com uma pessoa que vota no
candidato oposto ao de outras pessoas já nos observam de forma atravessada,
como se estivéssemos traindo ideias, conceitos, amizades e projetos. Eu não
aceito isso e não vou cair nesse jogo maluco, tenho mais o que fazer, eu quero
mais é ser feliz.
Assim como um internauta postou em seu blog, me desencantei
da política faz tempo e já não escolho um partido político para votar: é tudo
muito parecido. Atualmente voto em propostas sim, mas nas propostas dos amigos,
aqueles que são menos piores e que se apresentam mais ‘limpinhos’ no campo
político.
Parece que está quase todo mundo ‘carcomido e apodrecido’,
como diria um amigo meu. Muita gente que conheço está defendendo o voto nulo,
revoltado que está com a política e a conduta dos candidatos, dos políticos,
simpatizantes e militantes.
Ainda defendo minhas ideias, não deixei de ser uma idealista
e pelo menos mantenho no fundo da minha
alma uma esperança, pequena que seja de que algo possa mudar esse estado de
torpor.
O escritor Gabriel Garcia Marquez disse em um dos seus livros que um homem só tem o direito de olhar um
outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se, mas ainda falta muito para
o ser humano e os políticos compreenderem
isso. Falta humildade e sabedoria ainda a muita gente. Pense nisso
e tenha uma ótima noite de sexta-feira.
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