Daqui a pouco acaba

Olívia de Cássia - jornalista

A noite já vai alta. Penso que daqui a menos de um mês estaremos sabendo quem vai comandar os municípios brasileiros e as Câmaras de Vereadores em todo o País. Tomara que já passe isso. Estou cansada de ver tanta briga; tanta fofoca e tanto desamor.

Estava vendo agora no Facebook uma postagem do Thiago Aquino, de Santana do Mundaú, de um vídeo de um candidato a vereador num interior por aí que não consegue nem gravar o programa eleitoral, repete e no final diz um monte de palavrão, levando às gargalhadas a equipe da produtora.

É de morrer de rir e depois a gente chorar. O político é Elídio Fonseca, candidato a vereador pelo PPS, em Oriximiná, no oeste do Pará, a 800 quilômetros de Belém, acabou dando risada da própria incompetência, tropeçando nas palavras, no excesso de promessas e nos palavrões. O vídeo foi matéria até da revista Veja. Uma vergonha nacional.

Eu imagino que em todo o País deve ter casos desse tipo: pessoas despreparadas que só causam gargalhadas e indignação. Mesmo assim ainda acham quem vote neles. Mas num País de tanta gente analfabeta que não consegue nem interpretar uma notícia, a gente não espera muito.

Estou cansada disso tudo, queria o melhor para o País e para o nosso Estado e nossos municípios, mas infelizmente ainda se vota aqui pela troca de favores, compra de votos, óculos, dentaduras e tijolos.

Não vejo consciência política em mais nada; nem muita mudança da política de antigamente.

Tenho me surpreendido nos dias de hoje com o descrédito nas ideologias que defendia na época da faculdade. A vida vai calejando a gente, decepcionando com os conhecimentos de caso. Não tem como a gente não ir largando as teorias, infelizmente.

As lideranças que admirávamos se perderam por aí, em busca do poder e pela ganância. Vamos acreditar em quem se não há mais pureza de ideias?

Ultimamente tenho até me voltado para minhas ideias de antigamente, quando eu pensava em uma sociedade livre de comandos, de mandantes de acorrentados. Coisas utópicas da minha época de adolescente.

Estou cansada de tudo isso, mas como dizia o poeta, ainda quero acreditar em uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais humana. Boa noite.