Olívia de Cássia - jornalista
Sinto-me frágil agora, nessa madrugada de sexta-feira, 21 de
setembro, véspera da primavera, e mesmo
sabendo que já é hora de ir dormir, tendo que acordar muito cedo logo mais, a
inquietação não me deixou em paz e resolvi escrever, antes de finalmente entregar os pontos e ir para o
repouso merecido. Escrever é um vício.
De repente uma emoção mais forte tomou conta de mim trazendo a lembrança de entes queridos que não
estão mais nesse plano. Uns que eu gostaria de abraçar e dizer o quanto me
fazem falta; outros que apenas a presença, sem uma palavra sequer, já seria o suficiente
para superar esse sentimento de agora.
A gente se põe carente em certas fases da vida,
principalmente quando chega à idade madura. Nessas horas sentimos falta de um ombro
amigo, um abraço forte e verdadeiro para compartilhar nossas emoções, uma
palavra de força e conforto.
Adoro abraços, gosto de me sentir abraçada, adoro carinho,
sou carente de mim. Preciso de abraços fortes para me sentir melhor. Reconheço
minhas fragilidades e daria tudo, nesse momento, para dividir com uma pessoa amiga o que vai dentro de mim.
Tem horas que me sinto sufocada precisando fazer uma
arrumação interior, feito aquelas gavetas que a gente precisa limpar e se livrar
de peças que já estão sem uso há muito tempo. Quando a gente faz essas
arrumações, retira o que não serve mais e coloca tudo em seu devido lugar; dá
um alívio danado fazer isso.
Da mesma forma é a nossa vida. Talvez eu esteja precisando,
em tempo, fazer essa arrumação interior. Buscar e valorizar o que tem de melhor
dentro de mim e descartar de vez o que
já não me serve mais.
A gente aprende a viver sozinha, organizar nossa rotina, mas
tem horas que a solidão fala mais alto. Não é que eu me sinta vazia, pelo
contrário, tenho muito a me preencher, mas tem outras histórias necessárias também
na vida da gente e que às vezes faz uma falta danada.
O galo da Estação Ferroviária já começou a cantar. Já passa
de uma hora da manhã. Cheguei há pouco
tempo do jornal, mas não consigo me aquietar logo. Preciso acomodar
os hormônios, a adrenalina. É muita informação durante o dia e não dá para ser
diferente, todos os dias. Tenham um repouso merecido e fiquem com Deus. Até
mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário