Olívia de Cássia Correia de Cerqueira
Sou uma espécie em extinção, tenho pensado muito nesse meu jeito carente e tolo de ser, que se deixa levar pelo primeiro afago, pelo primeiro carinho e já se encanta com uma pessoa.
Tenho facilidade de perdoar, sem demagogias. Eu sempre fui assim. Não consigo ficar zangada com outra pessoa por muito tempo.
Mesmo que me magoem, que eu sofra, chore, esperneie e me amargure, com pouco tempo do fato acontecido eu já estou procurando desculpas para as atitudes arredias dos outros para comigo.
Sempre acontece isso comigo. Algumas pessoas me chamam de tola, ingênua. Eu posso explodir numa hora de raiva, mas em seguida ou com pouco tempo depois já estou arrependida da raiva que eu tive e se preciso já peço desculpas e perdão...
Já me magoei muito por essa minha sensibilidade e jeito de ser, mas eu não sei agir de outra forma. Já fiz terapia, já escrevi livro e não mudei.
Às vezes sofro com isso, é uma explosão de sentimentos angustiantes que me sufocam e se eu não chorar para desabafar sou capaz de explodir de verdade.
Tem pessoas que não sabem me entender, me rotulam de ingênua, de tola. Talvez tenham razão, mas quando a gente é assim, já na minha idade calejada, é difícil mudar.
Nem o sofrimento que já passei conseguiu mudar meu jeito de ser e de agir com os outros. Devo ser daqueles casos ‘pau que nasce torto morre torto e não jeito mesmo’. Há luz no fim do túnel?
sábado, 22 de setembro de 2012
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