Olívia de Cássia - jornalista
No silêncio da noite, apenas com o barulhinho do motor da
geladeira velha de casa e o cantar do galo da Estação Ferroviária, eu vou
rememorando cenas, passagens da vida, situações mal resolvidas, amores que não
deram certo.
Os gatos fazem a festa brincando pela casa toda e eu
continuo insone, como acontece todas as
noites, procurando me envolver com o melhor de mim, com pensamentos mais positivos que alegram o
dia-a-dia.
O tempo passa e agente vai acumulando fendas em nossa alma;
feridas que não cicatrizam e que às vezes doem e fazem mal para saúde da gente.
Eu não quero mais alimentar isso dentro de mim. Não posso viver com esse tipo
de sentimento ainda. Não dá mais.
Preciso cicatrizar as feridas, aliviar as dores da alma e tentar
ser feliz. Tenho que exorcizar passagens negativas e deixar fluir dentro de mim
apenas o que for positivo e construtivo, eu sei.
Meu coração pulsa mais forte agora, estou em estado de alerta,
ansiosa e confusa, mas não posso me deixar levar pelos apelos do meu corpo carente,
já cansado e moído de tanta luta. Tenho medo de arriscar qualquer coisa.
Não tenho mais tempo, minha passagem por aqui é curta e não
quero fazer muitos planos para daqui a alguns anos. Quero viver o agora, nada
mais. A saúde é frágil, a vida é breve e não sei e nem sabemos o quê virá no
amanhã.
Eu só desejo um mundo de paz, harmonia e dias alegres. Uma
vida leve, sem traumas. Preciso me libertar de algumas amarras que ainda me prendem ao passado; quero ser feliz seja de
que jeito for. Vida que segue em frente. Boa noite.
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