Foto de Nathalya Cerqueira
Olívia de Cássia – jornalista
O sono teima em chegar, já não consigo dominar a sensação de torpor. Olho em cima da mesa e ainda tenho muitas anotações importantes para compor um texto. Penso na urgência de postar logo alguma coisa, mas a gente não domina o sono; quando ele chega, o jeito é a gente se render, deitar e dormir.
Tento disfarçar o cansaço, mas ele está estampado no meu rosto. Preciso pelo menos de mais oito horas de sono para me recompor e só aí retomar minhas tarefas normais com afinco. Penso nos últimos acontecimentos, nas passagens rápidas da minha vida.
Tenho saudade do frescor da juventude isso não vai mudar nunca. Minha mãe tinha umas teorias empíricas aprendidas e calejadas com o tempo: a sabedoria do povo da roça, e dizia que quando a cabeça não pensa o corpo padece.
Era a sabedoria dos antigos. Às vezes me surpreendo pensando nas frases que ela dizia com muita propriedade para cada situação. Tenho pensado muito em algumas vivências que a vida vai proporcionando ao longo da nossa pequena existência.
O jeito é aprender com as experiências; o aprendizado faz parte da nossa vida, senão não terá valido a pena ter vivido. Ouço músicas que já ouvia desde a adolescência, não consigo deixar de curtir o bom e velho rock in roll; vou ser uma tia-avó roqueira para o resto da vida. Paciência, as boas coisas a gente não deixa de gostar.
Sinto-me às vezes um ET diante dos outros da minha idade, muita gente me censura por isso, mas eu nem ligo. Nessas horas avalio que não cresci o suficiente, mas da mesma forma que penso isso, não quero envelhecer de corpo e de alma. De corpo a gente não pode evitar, mas de alma, sim.
Tento me atualizar e viver de uma forma que possa conviver em qualquer ambiente, para não parecer ultrapassada. Adoro conversar com gente jovem e compartilhar meus gostos musicais e literários, sinto-me renovada quando faço isso e sei que sou bem aceita por eles.
Para muita gente da minha idade talvez isso possa parecer estranho, mas eu não sou a única a pensar assim. Os poetas, sonhadores e contestadores da minha geração ainda têm essa sementinha dentro de si. Pelo menos eu espero.
Tomara que isso não acabe nunca dentro de mim, para que eu possa viver em paz comigo mesma, até o finzinho dos meus dias. Eu não suportaria envelhecer meu cérebro também, seria demais para mim.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
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