quinta-feira, 26 de maio de 2011

A disputa pelo poder

Olívia de Cássia – jornalista

Quem vive e conhece o mundo da política, principalmente a alagoana, sabe que tudo nela gira em torno do poder. A décima-sétima legislatura na Assembleia do Estado já mostra que o páreo não vai ser fácil na Casa, para nenhum dos lados.

O governo tem a maioria, mas há fragilidades muitas e a oposição continua achando espaços e sabendo utilizá-los quando quer e acha conveniente.

Essa semana revelou algumas surpresas na Casa de Tavares Bastos, a ‘Casa dos Alagoanos’. A primeira foi o estranhamento entre os deputados Ricardo Nezinho e Antonio Albuquerque, ambos do PTdoB. O desentendimento ou mal entendido aconteceu na terça-feira, 24.

Tudo começou depois que o presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB) avisou ao primeiro vice-presidente, Antonio Albuquerque (PTdoB), que já tinha solicitado a retirada do nome do também petebista Ricardo Nezinho, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O deputado Ricardo Nezinho pediu um aparte ao presidente e disse que não concordava e não aceitava a determinação do seu líder, que para ele foi ‘antidemocrática e antiética’.

“A atitude do líder do meu partido me deixa triste e quero (dizer) da minha insatisfação da retirada do meu nome dessa comissão”, protestou Nezinho.

O deputado Antonio Albuquerque pediu a palavra para dar explicações sobre a sua atitude e disse que “não gostaria de fazer a minúcia dos motivos que me fazem solicitar a retirada do nome do deputado Ricardo Nezinho.

E acrescentou: “Estou no meu direito como líder do partido. O deputado Ricardo Nezinho presidiu a comissão por quatro anos e ela precisava ser oxigenada. Vai ficar muito chato para mim se não tiver o meu direito atendido”, falou o deputado, acrescentando que espera que o deputado Ricardo Nezinho “entenda que a gente não pode fazer as coisas a força da vaidade. Lamento, mas a decisão está tomada”, disse ele.

O clima ficou pesado e o deputado falou muito mais e disse que quando o deputado Nezinho nasceu, “a humildade estava de férias”.

Outro deputado que surpreendeu a quem acompanha os trabalhos na Assembleia foi o novato João Henrique Caldas (PTN), o JHC, como está sendo chamado.

Ele classificou de antidemocrático o processo de indicação dos integrantes das Comissões Permanentes da ALE e discordou de AA quando ele disse que JHC não conhecia o Regimento Interno do Poder Legislativo, por ser novato.

João Henrique respondeu à altura, as criticas do primeiro vice-presidente da Casa, surpreendendo a todos, disse que não aceitava imposições e exigiu respeito.

Também o deputado Judson Cabral (PT) discordou do tal processo e criticou a Mesa Diretora da Casa, avaliando que o seu partido foi prejudicado nessa questão.

Na quarta-feira, o deputado Ronaldo Medeiros conseguiu a aprovação de seu pleito, de criação de uma CPI para fiscalizar as ações da Eletrobras, por conta das constantes reclamações por causa da falta de energia na capital e no interior, que tem sido uma constante, causando diversos prejuízos aos consumidores alagoanos.

A CPI foi aprovada por unanimidade, com a presença de vinte deputados no plenário. Cabe agora a indicação dos integrantes e o acompanhamento de suas ações.

Já está em andamento na Casa a CPI da TIM, que tem como presidente o deputado Ricardo Nezinho. Também foi aprovada a CPI dos Combustíveis, proposta pelo deputado Antonio Albuquerque e agora a da Eletrobras, de autoria do deputado Ronaldo Medeiros.

Geralmente o deputado que propõe fica na presidência, mas na CPI dos Combustíveis que aconteceu entre 2007-2008, proposta pelo então deputado Paulão, a presidência ficou com Ricardo Nezinho e o relatório foi arquivado por falta de culpados.

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