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Deputado Ricardo Nezinho questiona liderança de Antonio Albuquerque e não aceita decisão
Olívia de Cássia – Repórter
A disputa pela presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) causou um estranhamento entre os deputados Ricardo Nezinho e Antonio Albuquerque, ambos do PTdoB.
Tudo começou quando o presidente da Casa, Fernando Toledo (PSDB) informou ao deputado Antonio Albuquerque, em plenário, que já tinha feito a solicitação, conforme pedido de AA, para a retirada do nome de Ricardo Nezinho da Comissão.
O deputado Ricardo Nezinho pediu um aparte ao presidente e disse que entende a forma regimental (de Albuquerque ser líder) em pedir a retirada do seu nome, mas afirmou que não concorda com esta atitude dele e disse que ela é antidemocrática e antiética.
“A atitude do líder do meu partido me deixa triste e quero (dizer) da minha insatisfação da retirada do meu nome dessa comissão”, protestou Nezinho.
O deputado Antonio Albuquerque pediu a palavra para dar explicações sobre a sua atitude e disse que “não gostaria de fazer a minúcia dos motivos que me fazem solicitar a retirada do nome do deputado Ricardo Nezinho.
“Estou no meu direito como líder do partido. O deputado Ricardo Nezinho presidiu a comissão por quatro anos e ela precisava ser oxigenada. Vai ficar muito chato para mim se não tiver o meu direito atendido”, falou o deputado.
Ele acrescentou que espera que o deputado Ricardo Nezinho “entenda que a gente não pode fazer as coisas a força da vaidade. Lamento, mas a decisão está tomada”, disse ele. O clima ficou pesado e o deputado falou muito mais.
JUDSON CABRAL
Sobre o assunto, o petista Judson Cabral disse que a proporcionalidade do Regimento (da Casa) está fora do contexto. “O PTdoB ocupa várias comissões (na ALE) e só tem dois deputados. O PT tem três e foi cerceado. Essa proporcionalidade foi distorcida”, disse Judson.
Cabral observou ainda que “isso aqui (a atitude do deputado Antônio Albuquerque na retirada do nome de Nezinho) está rasgando o Regimento (Interno da Casa). Independente das lideranças partidárias eu acho que merece fazer uma revisão”.
O presidente Fernando Toledo (PSDB) acatou a solicitação verbal do deputado Judson Cabral e orientou que ele faça o requerimento por escrito solicitando a revisão, mas o debate sobre o tema não encerrou por aí, apesar de o deputado Ricardo Nezinho ter se retirado do plenário.
Depois da segunda chamada e verificação de quorum, com 20 deputados no plenário, o deputado Antonio Albuquerque retomou a palavra para responder ao argumento do deputado Judson Cabral.
Disse que para o PT o PTdoB seria menor, “mas o PT tem cinco comissões”, disse ele. AA também disse que com essa decisão da saída do deputado Ricardo Nezinho da CCJ, “o espírito democrático prevaleceu. Essa parte arrogante do deputado Ricardo Nezinho eu não conhecia, um homem tão pacato se mostra tão arrogante, quando ele nasceu a humildade estava de férias”, ironizou Albuquerque, dizendo que o deputado Ricardo Nezinho "queria se perpetuar no cargo".
PTN e DPT criticam Mesa Diretora
Quando os ânimos pareciam estar mais calmos na sessão da Assembleia Legislativa do Estado, os deputados Isnaldo Bulhões Junior (PDT) e João Henrique Caldas (PTN) criticaram a Mesa Diretora no processo de escolha das comissões permanentes da Casa, gerando um novo desconforto com o vice-presidente da ALE, Antonio Albuquerque (PTdoB).
"Eu sei que o PDT ocupa algumas comissões na Casa, mas, para a presidência da ALE, o meu nome não seria interessante para estar em uma comissão importante. Os deputados escolhidos para essas comissões participaram ativamente da reeleição da Mesa, principalmente os que apoiaram a vitória de Teotonio Vilela Filho [PSDB] para o governo", observou Isnaldo Bulhões.
O único representante do PTN na Assembleia, João Henrique Caldas (JHC), disse que a escolha dos representantes de cada comissão "foi um ato antidemocrático". Para JHC, o comando da Casa não deu o apoio necessário a quem estava estreando na Casa.
O deputado Antonio Albuquerque, em tom de ordem, disse a JHC que era preciso "conhecer o Regimento Interno do Legislativo e saber que, na ALE, o presidente estipula prazos" para os partidos indicarem seus representantes nas comissões.
JHC respondeu AA dizendo: “Enviei as minhas indicações, inclusive respeitando os prazos dados pela Mesa Diretora e tenho cópias em meu gabinete. Agora, não aceito nenhuma intimidação, pois responderei à altura. Sei do meu papel como parlamentar, e por isso, cobro o que me é de direito", finalizou.
CPI DA ELETROBRAS
Com a discussão da liderança da CCJ, a CPI da Eletrobras foi abafada na tarde desta terça-feira, mas o requerimento foi lido no plenário, na hora do expediente. O deputado Ronaldo Medeiros (PT), autor da matéria, disse que espera que essa semana os partidos indiquem os integrantes da Comissão e afirmou que a CPI deve ser aprovada na sessão desta quarta-feira, 25.
“A energia em Alagoas está péssima, isso não pode continuar. O fato de existir a CPI vai acompanhar os projetos, pedir à direção que monte uma estrutura para que os técnicos montem os projetos. Tem algumas indústrias querendo vir (para Alagoas) e não podem acender uma lamparina”, ironizou Medeiros.
Questionado se teria sido pressionado pelo presidente do PT (Joaquim Brito) para desistir da proposta, ele disse que a CPI hoje não é mais sua. “A CPI não é mais minha, a partir do momento que consegui 17 assinaturas, a CPI é da Casa não tenho mais como recuar”, explicou.
O petista disse também que consultou o presidente do seu partido, quando da ideia da criação da Comissão. “Consultei Joaquim antes de apresentar o requerimento à Casa, ele vai entender. A CPI vai verificar a relação fornecimento versus consumidor”, finalizou Medeiros.
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