Foto Sandro Lima
Estacionar
em local proibido, especialmente pela sinalização bateu o recorde, de janeiro a
julho: foram 3.925 infrações
Olívia de Cássia – Repórter
Os homens em Alagoas, na faixa etária dos 20 a 35 anos,
cometem mais infrações no trânsito que as mulheres, segundo o supervisor de
fiscalização Eduardo Freire, da Superintendência Municipal de transporte e
Trânsito de Maceió (SMTT).
Segundo ele, as infrações mais graves cometidas pelos
alagoanos são todas aquelas que envolvem o desvio de atenção do condutor como: falta
do cinto de segurança, dirigir com uma só mão, dirigir falando ao celular,
ultrapassar sinais e parar em cima da faixa do pedestre, entre outras.
Em Maceió, os bairros que mais se comete infração no trânsito
são o Tabuleiro do Martins e o Farol, respectivamente, nas avenidas Durval de
Góes Monteiro e Fernandes Lima, devido ao fluxo de veículos que é imenso.
A SMTT aplicou 24 mil multas nos primeiros sete meses do ano
em Maceió. Das 22 categorias elencadas que geraram multas por infração, a reportagem
destacou as cinco primeiras, pela ordem:
a campeã foi estacionar em local e horários proibidos especialmente pela
sinalização: gerou 3.925 multas, o que corresponde a 16,11% delas, de 1º de
janeiro deste ano até o dia 31 de julho passado.
A segunda infração campeã foi dirigir veículo usando o
telefone celular (3.397 no mesmo período, que corresponde a 13,95%); a terceira
foi estacionar no passeio, com 2.591 multas, 10,64% do total de multas
aplicadas. A quarta infração que gerou mais multas pela SMTT foi deixar o
condutor de usar o cinto de segurança, com 2.074 multas, equivalente a 8,52% e avançar o
sinal vermelho do semáforo que rendeu 2.037, equivalente a 5,18% do total.
Com o avanço da tecnologia, o supervisor do trânsito de
Maceió observa que ficou mais fácil para a SMTT aplicar as multas, pois no
momento em que o condutor comete a infração, ela é captada por aparelho
eletrônico, por algum dispositivo audiovisual (câmeras) ou por qualquer meio
tecnologicamente disponível. “A multa é imediata”, segundo ele.
CÓDIGO DE
TRÂNSITO
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê penalidades para
quem comete infração no trânsito como a advertência por escrito, multa,
suspensão do direito de dirigir, apreensão do veículo, cassação da CNH
(Carteira Nacional de Habilitação) e a obrigatoriedade de frequentar um curso
de reciclagem.
Segundo o que diz o Código, as infrações punidas com multa
estão divididas em quatro categorias, de acordo com a gravidade. São elas:
infração de natureza gravíssima (onde o condutor perde sete pontos na
carteira), punida com o pagamento de 180 Ufir (Unidade Fiscal de referência,
cujo valor é variável); infração de natureza grave (o condutor perde cinco
pontos na carteira) onde o motorista paga multa equivalente a 120 Ufir;
infração de natureza média (o condutor perde quatro pontos na carteira) e o
motorista paga valor referente a 80 Ufir e infração de natureza leve (o
motorista perde três pontos na carteira) e é obrigado a pagar um valor
referente a 50 Ufir.
A reportagem ouviu dois motoristas que estavam abastecendo em um posto de
gasolina do Farol, enquanto observava o trânsito do local. Dona Ana Pereira
disse que falta respeito às leis do trânsito em Maceió e informou que não
atende celular estando na direção. “Eu paro o carro para atender, ou então,
quando chego em casa, retorno a ligação. Avalio que se é lei tem que ser
cumprida, independente de ter guarda olhando ou não”, ressalta.
Seu Heleno Alves é taxista há 23 anos em Maceió e falou que
observa muito em alguns motoristas da capital é o não respeito ao pedestre e a
queima de semáforo. Além disso, ele destaca que muitos condutores dirigem com o
celular provocando acidentes.
“Os guardas de trânsito deveriam, ao invés de
ficarem escondidos aplicando multas, orientar mais os motoristas para que não
cometerem tanto erro ao dirigir”. Heleno Alves ressalta ainda que não atende
celular dirigindo, porque além de não ser permitido por lei, “é uma falta de
ética com o passageiro”, avalia.
Especialista
diz que faltam educação e gentileza no trânsito
A especialista em educação no trânsito, Juliana Normande, da
SMTT, falou à reportagem a respeito de tantas infrações cometidas pelos condutores de
veículos em Maceió. Ela avalia que isso
acontece pela falta de educação e também de gentileza no trânsito. Segundo ela,
mesmo com poucos agentes nas ruas, a SMTT faz a fiscalização dentro da medida
do possível.
A professora informa que atualmente há cerca de 180 agentes
trabalhando nas ruas de Maceió, divididos em quatro grupos para fazerem a
fiscalização. Esses profissionais trabalham 24 horas e têm uma folga semanal. Juliana
observa que recentemente foram nomeados mais 50, mas ainda não estão
trabalhando nas ruas. “Eles são poucos, mas fazem as autuações de forma correta,
quando acontecem; as pessoas criticam, mas existem ao todo 260 infrações que
são cometidas no trânsito, diariamente”, pontua.
Juliana Normande também conta que para conter tanta infração
no trânsito a SMTT faz um trabalho com as escolas da capital alagoana. “A gente
explica para as crianças e jovens como devem se comportar: levamos os alunos para
as ruas, mostramos a sinalização, explicamos como tudo funciona. Também fazemos
trabalho de conscientização com os taxistas, toda quarta-feira, na SMTT e damos
aulas de direção defensiva e gentileza no trânsito”, reforça.
Ela avalia que para diminuir o número de infrações cometidas
pelo uso do celular, que aparece na tabela da SMTT como em segundo lugar no
número de multas, de janeiro até julho passado, haverá no próximo mês de
outubro uma campanha esclarecendo os motoristas sobre as pequenas colisões e
demais infrações cometidas pela falta de atenção ao se distraírem usando o
celular ou ouvindo música.
Outra categoria que será contemplada com aulas de direção
defensiva será os motoristas de ônibus de Maceió. “Além dos motoristas de ônibus, também
conversamos semanalmente com cerca de 80 trabalhadores da construção civil, dando aula de mobilidade urbana, explicando
para eles como andar de bicicleta no trânsito, como respeitar os motoristas e
pedestres”, argumenta.
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