Os casos de violência contra a mulher se multiplicam a cada dia; ou pelo menos, as informações foram democratizadas e divulgadas com mais frequência, principalmente com a criação da Lei Maria da Penha. A mídia noticia atos dessa natureza quase diariamente, destacando aqueles que, por sua brutalidade, chocaram a opinião pública.
No nosso cotidiano a gente fala muito em amenizar sofrimentos, mas nada se compara com o que sofre quem é vítima de maus tratos e falta de amor no coração. Uma mulher que vai à delegacia e denuncia o seu agressor tem que se acercar de coragem e fortaleza interior para fazê-lo, porque se não for assim ela desaba.
Tem um monte de sentimento misturado: destruição da autoestima, arruinamento da paz interior, amor próprio destruído e confusão interior enorme: todo esse caldo de sentimentos negativos precisa de um acompanhamento profissional, isso é fato.
É tudo misturado, uma angústia profunda: a sociedade precisa despertar para esse mal que acomete as famílias. Muitas vezes as mulheres são vítimas de uma violência silenciosa que é a psicológica, quando ela se vê diminuída e todos os seus sonhos destruídos.
Segundo especialistas, a violência nas relações de gênero, particularmente, a sexual, pode gerar diversos problemas de saúde física, reprodutiva e mental, e, portanto, acarretar mais busca pelos serviços de saúde.
“Esses serviços, sobretudo os prontos-socorros, são os mais procurados. Eles têm de perceber (reconhecer) a violência sofrida pela mulher, dando credibilidade a uma queixa, e romper com uma recorrente prática de medicalizar os eventos”, observa a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Eleonora observa em seu artigo que acabar com a violência contra as mulheres exige envolvimento e mobilização de toda a sociedade, “para que ninguém assista passivamente a casos ou relatos de agressões".
No último dia 21, o Governo Federal entregou quatro unidades móveis (ônibus) para atender mulheres em situação de violência no campo e na floresta, no Distrito Federal e do Estado de Goiás, compromisso assumido pela presidente Dilma Rousseff, em 2011, com a Marcha das Margaridas.
Ao todo, o investimento nos 54 veículos, segundo a assessoria do Governo Federal, é de R$ 30 milhões. Os ônibus estão equipados com duas salas de atendimento, computador portátil com roteador e pontos de internet, impressoras multifuncionais (para digitalização de documentos e fotocópias), geradores de energia, ar condicionado, projetor externo para telão, toldo, 50 cadeiras, copa e banheiro adaptados para a acessibilidade de pessoas com deficiência.
A gestão de logística e o itinerário dos ônibus são de responsabilidade dos governos estaduais e de municípios-polo, tendo monitoramento da SPM e do Fórum Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo e na Floresta. As unidades móveis fazem parte do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e se somam ao programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, para a integração de serviços na aplicação da Lei Maria da Penha.
São ações que vão melhorar a qualidade de vida de milhares de mulheres violentadas por esse Brasil a fora, mas é preciso muito mais ações da sociedade. Os movimentos femininos e sociais precisam reaprender a lutar pela questão das mulheres e não só em época de eleições no País, nos municípios e nas entidades.
É preciso fazer uma ampla mobilização “de empresas, órgãos governamentais, organizações da sociedade civil e mídia, para mostrar à população a necessidade de se ter compromisso e atitude diante desse quadro brutal que a gente observa todo dia na imprensa”. Só assim, como disse a ministra, a Lei Maria da Penha, de fato, será mais forte — com a punição de quem a desrespeitar. Fiquem com Deus.
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