sábado, 8 de setembro de 2012

Preciso de um ponto final...

Foto de Nathalya Cerqueira
Olívia de Cássia - jornalista

Hoje eu acordei com um pensamento positivo dentro de mim, mais animada, depois da festa de ontem, meu querido Diário. Um pensamento de incentivo e de necessidade de dar um rumo mais positivo na minha vida.

No campo profissional sinto-me quase plena, por ter abraçado a carreira que amo e que sempre pretendi seguir. Falta muito ainda para que eu me sinta realizada, mas a cada dia meu trabalho me dá mais forças para que eu continue a lutar pela minha vida, apesar da saúde frágil.

O ponto final que eu preciso encontrar, amigo Diário, é para colocar em algumas situações da minha vida pessoal e sentimental, se é que tenho alguma situação sentimental ainda. Não posso continuar a alimentar em meu coração uma história que não tem mais jeito, que já teve um fim, de tantos anos de abandono, de falta de carinho, injustiças e traições.

Minha ficha interior já deveria ter caído há oito anos, mas algo dentro de mim, Diário, volta e meia, relembra o passado, uma vida vivida de muitos acontecimentos e fases variadas. Umas muito boas e outras nem tanto assim.

Uma mulher madura e com tantos conhecimentos de caso tem que aprender a dizer que já chega, estou farta, cansada de insistir no que nunca mais vai voltar. Insistir num sentimento com quem não vale a pena, Diário, não vai me acrescentar mais nada, não vai me valorizar e muito pelo contrário, só vai me causar mais dor.

Preciso de vez dar um basta nessa e em outras pequenas histórias que também não existiram e não vão existir na minha frágil vida, para não me machucar depois. Não digo que seja uma tarefa fácil, não é. Até porque preciso de algumas situações imaginárias para alimentar as pesquisas das minhas poesias.

O corpo faz apelos, a mente viaja, os hormônios entram em ebulição, mas é preciso ter muito equilíbrio e maturidade nessas horas, para não cair em tentação e colocar uma história de vida em situação de risco. Tenho um nome a zelar, isso é fato.

Mas meu Diário, confesso aqui, nessa tarde de sábado fria, que não são todas as horas que esse pensamento lúcido e real aparece com clareza na minha frágil cabecinha. Na maioria das vezes, bate uma saudade e não sei disfarçar meus sentimentos. Sou assim mesmo, transparente.

Meu corpo diz sim, a razão diz não. A realidade concreta, meu Diário, me aponta que devo seguir em frente tratando de outras questões tão ou mais importantes que meus sentimentos de mulher madura, como minhas atividades profissionais. Estas valem a pena qualquer sacrifício. Boa tarde, Diário; até outra hora.

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