domingo, 9 de setembro de 2012

O olhar de Janis Joplin...

Foto de Olívia de Cássia
Olívia de Cássia - Jornalista

Minha gata Janis Joplin, uma mistura de angorá com siamês, me olha com seus olhos azuis transparentes, como que me interrogando a respeito dos meus pensamentos distantes. Ela se enrosca em cima da mesa, deita, se espoja, reclamando carinho e cheia de interrogações, querendo subir no teclado do computador.

Ela parece adivinhar meus pensamentos flutuantes, às vezes espaciais, quiméricos, virtuais e românticos. Quer saber, minha Janis Joplin, porquê ando tão dispersa, inquieta e atrapalhada. Olho para ela e digo brincalhona que nem eu sei o que se passa comigo.

Talvez crise da terceira idade, ebulição hormonal, solidão, criatividade ou sei lá o quê. Mas seja lá o que esteja se passando na minha frágil cabecinha, eu sei que Janis, Rihana Frederica, Adele, Aurora, Oto e Malu vão sempre ser solidários comigo.

É um amor incondicional o dos meus filhotes de quatro patas e o meu é recíproco. Minha mãe sempre me dizia, quando me via sofrendo por amor, que eu me contentasse com o amor dos meus filhotes mesmo, porque era o verdadeiro e eu nunca me esqueço disso.

Amo meus animais de estimação, porque sei que tenho deles a fidelidade de amigos de verdade. Janis Joplin às vezes é rebelde, como a rainha que lhe deu o nome. Ela quer chamar atenção, quer carinho.

A gente aprende muito quando tem os bebês de quatro patas em casa. Só quem os tem sabe o que é isso. Eles só faltam falar, de verdade, mas falam com os olhos e com gestos, têm sabedoria. Se eu passar o dia em casa, eles estão do meu lado, só saem para comer ou fazer as necessidades fisiológicas.

Malu e Oto reclamam, latem a falta de passeio e agora minha prima Isabel todos os dias vem buscá-los para levar para a praia e passear: pela minha falta de tempo e de equilíbrio também. Já não consigo segurá-los na rua com muita firmeza e corro o risco de cair levada pelo Oto.

Minhas divagações desse domingo vão longe, num lugar encantado, onde não existe violência, onde há paz e harmonia, onde as pessoas se respeitam e se amam sem impedimentos e sem barreiras. Divagações minhas...

Nenhum comentário:

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...