Olívia de Cássia - Jornalista
“Bertolt Brecht lamentava: ‘pobre do país que precisa de
heróis’. O nosso precisa de democracia substantiva e desarmamento, justiça
social e paz. Menos racismo, exclusão e desigualdade, mais cidadania e
tolerância”, diz Luiz Eduardo Soares, em resenha sobre o tema da violência no
jornal Folha de São Paulo.
Esse tema é inesgotável. Muito já se falou sobre ela e suas
causas, mas a cada dia que passa ela aumenta e preocupa. A causa maior da
violência é a certeza da impunidade; não
precisa ir muito longe para se perceber isso. Os nossos direitos não são respeitados,
a intolerância faz parte das ruas.
Nosso país precisa da presença pública e eticamente
inspiradora, “transitando entre diásporas políticas” e convivendo
harmonicamente na sociedade. É preciso paz, é preciso respeito pelos idosos,
pelos animais e pelo meio ambiente que pede socorro.
O tema da violência não se esgota, por mais que se fale
sobre isso, ela se alastra não só em Maceió, está em toda parte. Na minha União
dos Palmares querida, já não se pode
andar nas ruas tranquilamente, a cidade incorporou as mazelas das grandes
metrópoles.
Muito se mata e muitos jovens têm morrido por conta do
envolvimento com o tráfico de drogas, que não perdoa uma dívida nem de dois
reais, tal é a miséria da situação. São jovens no começo da idade que se
envolvem com drogas pesadas, que os levam para o fundo do poço.
Mata-se ali e aqui por qualquer besteira. As pessoas estão
perdendo o norte das coisas e não param para analisar nenhuma questão com mais
amenidade. É muita intolerância e querem logo resolver tudo à base do chicote,
da bala e da vingança pessoal. Está
faltando solidariedade entre as pessoas, políticas de educação para tirar
jovens e crianças da ociosidade e ainda mais: falta de fé em Deus.
Sem hipocrisia nenhuma, os valores da juventude já não são
mais os mesmos que fomos criados baseados no respeito aos mais velhos, ao
próximo e aos nossos pais. Filho mata pai e mãe, pai mata filho e vira tudo uma
bola de neve.
Não se sabe onde tudo isso vai parar se não houver uma ação
mais enérgica das autoridades constituídas, das instituições religiosas e da
escola. Vejo a proposta da escola
integral como a solução para a maioria dos problemas causados pela violência,
pois mentes ocupadas não têm espaço para o mal.
Quando uma família vive o drama de ter um filho envolvido em
droga não tem um lugar apropriado para colocá-lo, no sentido de que haja um
tratamento. Em Alagoas é preciso um olhar especial para essas famílias também.
Não é fácil conviver com isso. Uma pena que a juventude esteja desperdiçando
suas vidas em troca de nada.
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