Graduado em jornalismo ele foi
aperfeiçoar o inglês e resolveu ficar
Olívia de Cássia – Repórter
O alagoano Marcony Alex de Almeida
Barros ou Marcony Almeida é graduado em jornalismo desde 1998, formado pela
Universidade Católica de Pernambuco e foi para os Estados Unidos para melhorar
o inglês. Natural de Maceió e com 38 anos, atualmente ocupa o cargo de
secretário de governo em Massachusetts, nos Estados Unidos.
Quando ainda era estudante de
Comunicação Social no Brasil, Marcony Almeida conta que recebeu uma premiação
como Talento Universitário (em 1988), promovido pelo extinto jornal Tribuna de
Alagoas. “A Tribuna lançou um prêmio de monografia onde estudantes ganhariam
uma poupança da CAIXA (os três primeiros lugares) para a monografia com o
título, O Papel Social da Imprensa em Alagoas. Eu participei com outras
centenas de estudantes e ganhei o primeiro lugar”, observa.
O jornalista conta que ingressou na
carreira acadêmica de jornalismo em Recife, e lá ganhou outros prêmios
universitários. “Meu TCC foi um vídeo sobre doenças mentais e formas
alternativas de tratamento; ganhei um prêmio em Porto Alegre como melhor vídeo,
na PUC de lá”, destaca.
ATUAÇÃO
Solteiro, Marcony Almeida conta que
no Brasil atuou como repórter de economia do Jornal do Commercio de Recife e
colaborador do O Jornal, em Maceió. Por e-mail ele bate um papo com a
reportagem e fala como foi galgar o cargo que hoje ocupa nos EUA.
Marcony Almeida relata o momento de
quando foi morar no exterior e como se deu essa passagem. “Sempre tive vontade
de aprender inglês e fazer um curso de especialização no exterior. Daí um amigo
de faculdade que morava aqui em Boston com a namorada me convidou para vir estudar
inglês”, explica.
Ele pontua que aprendeu a língua e
depois ingressou na universidade. “Quando consegui meu primeiro estágio numa
ONG, chamada Centro do Imigrante Brasileiro, em Boston, fui chamado para
trabalhar não só na área de imprensa, mas de educação cívica, para os
imigrantes que moram em Boston”, conta.
Com seu trabalho, ele pontua que foi
homenageado pelo prefeito de Boston com o prêmio “Novo Bostoniano do Ano”,
oferecido àqueles cujo trabalho tem impacto na vida dos imigrantes da cidade.
Foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio.
O jornalista alagoano radicado nos
Estados Unidos explica que ficou na casa de um amigo assim que chegou ao
exterior e foi estudar numa escola que encontrou quando chegou por lá.
Para se manter, jornalista trabalhou
em restaurantes; foi garçom e caixa
Marcony Almeida fala também das
atividades que desenvolveu para se manter nos Estados Unidos, antes do seu
trabalho na ONG Centro do Imigrante Brasileiro, em Boston. “Trabalhei em
cozinha de restaurante; fui garçom, caixa, até meu primeiro emprego na ONG.
Sempre adorei política e procurei me envolver com isso aqui; sou editor de
minha própria revista também, então sempre estou ligado no meio politico
divulgando tudo”, destaca.
Segundo o jornalista, quando o atual
governador Deval Patrick se candidatou, ele era diretor de uma das maiores ONGs
de organização de direitos civis de Massachusetts. “Ajudei na campanha, e
quando ele foi eleito me convidou para ser chefe de gabinete de uma das
secretarias do Estado. Com a saída da secretária, fui convidado para assumir o
posto”, explica.
O alagoano Macony Almeida diz que
não há nada melhor na vida do que fazer o que gosta e fazer não só em prol de
vocês mesmo, mas do próximo. “Estamos nesse mundo para servir um ao outro.
Minha secretaria chama-se Office for Refugees and Immigrants. É um órgão com um
orçamento de U$ 23 milhões e que financia projetos de integração social de
imigrantes e refugiados no Estado”, argumenta.
Além disso, o jornalista é
responsável pelo contato e promoção do governo entre os meios de comunicação de
diferentes línguas, conhecidos no exterior como mídia étnica. Segundo ele,
existem mais de 100 no Estado.
TRATAMENTO
Marcony Almeida fala ainda sobre o tratamento
que foi dado a ele como nordestino que conseguiu se firmar no exterior. “Já
passei por tipos diferentes de tratamento aqui, desde gerente de restaurante
limpando a mão suja na minha farda até estar na comissão VIP que organizou a
visita da presidente Dilma ao Estado; o governador a recebeu e eu estava na
equipe de mídia”, ressalta.
O jornalista avalia que tudo o que se faz com
determinação, humildade, fé e atos dignos, a vida só lhe oferece o melhor. “Às
vezes paro e penso no dia que cheguei aqui no ano de 1999; sem falar inglês
muito bem, trabalhando em restaurante para pagar meus estudos, e hoje estar na
posição que cheguei me deixa muito feliz”, avalia.
Ele observa que o cargo não lhe sobe
à cabeça: “Porque cargo hoje a gente tem mas amanhã pode não ter. O que importa
é ser um homem decente e profissional respeitado onde quer que você esteja. Tem
uma frase magnífica que conheço e acredito muito que diz: ‘floresça onde fores
plantado’; é isso que tenho tentado fazer durante minha carreira e minha vida”,
pontua.
O jornalista argumenta ainda que,
apesar de ter sido discriminado no exterior isso não o abateu: “Faz parte do
crescimento pessoal e profissional. Até aqueles tratamentos me fizeram ser o
profissional que sou hoje; quando se é discriminado se aprende a não
discriminar. Eu sempre procurei respeitar a todos e esperava respeito mútuo.
Nunca tive sérios problemas de tratamento aqui. Acho que os outros geralmente
lhe tratam pela forma como você se conduz. Claro, existem os ignorantes, mas
até aqueles nos ajudam a aprender, a ter paciência, finaliza.
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