Olívia de Cássia - jornalista
Eu até que no começo simpatizava com a candidatura de
Eduardo Campos à presidência do País, mas com o passar dos dias tenho observado
que ele está perdido no caminho do tempo. Está cuspindo no prato que comeu
durante anos e não tem sido coerente com isso.
Em sabatina realizada pelo site Uol e Folha de São Paulo,
declaradamente partidários de Aécio Neves, ele não convenceu em vários
argumentos, entre eles, "quando tentou explicar — e não explicou — a
frenética campanha que fez para que sua mãe, Ana Arraes, integrasse o TCU. E
ele estava no comando de um governo de Pernambuco. É, na verdade, uma prática muito velha",
diz o jornalista Reinaldo Azevedo, em artigo na tendenciosa e escabrosa revista
Veja.
Segundo o jornalista, ele teve a sorte de ter pouco tempo na
TV porque não terá o que dizer. "Não deixa de ser uma sorte o
presidenciável do PSB ter tão pouco tempo na TV. Terá menos trabalho para achar
o que dizer. Até agora, não entendi qual é a tese de Campos nem o que ele
pretende", diz ele.
Muito se fala em corrupção do governo do PT, nas falcatruas
do Mensalão de outras ‘coisitas’ mais que não vou aqui citar. Não digo e nem
defendo a tese de que não teve irregularidades no governo e sempre critiquei
todas elas.
Condeno todas as falhas que possam ser comprovadas, contra o
patrimônio e contra o erário, teve gente
que quando assumiu o poder, a arrogância falou mais alto e agora está posando
de bom-moço, mas tem outros que se
aproveitam disso, como se nos governos anteriores não tivesse havido corrução.
E como teve corrupção, só que muita coisa foi abafada, tipo
cuscuz: “Operação Abafa”. Se os casos de corrução e irregularidades estão sendo
divulgados agora, não é porque toda a corrupção do mundo tenha acontecido nesse
governo, mas é que ela está sendo mostrada para a população.
Não pense nenhum de nós que haja a purismo em política
e santidade, mas a gente tem que
escolher de que dado vai ficar; qual o projeto mais interessa para nós e para a
sociedade mais carente. Também nãp sou ingênua achando que a luta seja apenas
de projetos. É pelo poder mesmo e isso já está claro como água cristalina.
Mas a classe média, da qual faço parte, sendo que sou a média
mais baixa, não gosta dos avanços que aconteceram para os menos favorecidos do
Brasil, embora não tenham sido por bom mocismo, porque isso não existe na
política.
Essa gente não aceita que pobre frequente aeroporto; que
frequente universidade, que coma melhor, que frequente shopping. E não venham
com esparrelas de que isso não tem acontecido, porque tem; relembrem o caso do advogado de bermuda que
estava no aeroporto e foi alvo de discriminação nas redes sociais.
Eu reconheço os erros que foram cometidos diferente de muita
gente que tenta negá-los, e não sou burra ao ponto de propalar que não houve;
mas eu tenho um lado, eu tenho bandeiras, eu sempre defendi propostas
democráticas, sempre estive ao lado daquilo que se assemelhava com meus valores
e com o que eu apreendi com as minhas leituras e o pouco tempo de militância e
não vou abrir mão dos meus ideais, muito embora eu tenha consciência que muita
gente na politica só visa o poder e a ostentação.
Por pior que seja o momento político, tenhamos a decência de
refletir que já foi muito pior; é necessário que a gente se mostre e diga que
projeto defende, de que lado vai estar, embora eu seja contra e sempre fui a
muitas alianças que aconteceram ao longo dos anos e que foram motivos para que
esse estado de coisas tenha acontecido.
O Brasil viveu 20 anos de ditadura militar; todos os
governos, inclusive o de Fernando Henrique, o professor-doutor esclarecido e reverenciado pela Sorbone,
foram corruptos. E não tenho nada de
pessoal contra FHC e nem contra “o bebê” Aécio Neves, mas eu tenho um lado e
não abro mão dele, muito embora esteja vigilante e cética e exijo respeito, da
mesma forma que tenho respeito a quem votará ao contrário das minhas escolhas.
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