Escritora Miriam Sales e a jornalista Catarina Buriti avaliam IV Flimar (foto: Olívia de Cássia) |
Escritora baiana e
jornalista paraibana elogiam evento e sugerem que seja incluído no calendário
internacional de festas literárias
Olívia de Cássia –
Repórter
A escritora baiana Miriam Sales conversou com a reportagem
do blog e fez uma avaliação da IV Feira Literária de Marechal Deodoro (Flimar),
ocorrida de 25 a 28 de setembro passado. Ela faz elogios para o secretário de
Cultura e organizador do evento, Carlito Lima, e ressalta que ele é a alma da
festa: “Cristiano e os patrocinadores são o motor. Sem recursos não se faz
festas e sem o apoio governamental, nada se realiza”, observa.
Esta foi a quarta vez que a autora participou da Festa
Literária de Marechal e observa que a cada
dia o evento cresce mais no conceito dos participantes e dos leitores. A escritora ressalta que toda festa literária,
a exemplo da Flimar, traz benefícios ao escritor brasileiro.
“Dá-lhe visibilidade e o põe em contato com o público, o que
é deveras importante. Como a literatura é solitária, as festas, bienais e palestras
são sempre muito benéficas ao escritor”, explica.
Miriam Sales concorda que o patrocínio das empresas e o
apoio da mídia é fundamental para o sucesso do evento. “Tudo isso junto, mais o
entusiasmo e o espírito empreendedor do Carlito (Lima) fazem da Flimar uma das
mais belas festas literárias do pais, com um jeito próprio e alagoano de ser,
caloroso, participante e no meio de cenários paradisíacos. Deveria estar
inclusa no calendário internacional de festas literárias”, sugere.
De quinta-feira até sábado, nomes importantes e consagrados
uniram-se a escritores em começo de carreira: jovens poetas e jornalistas
famosos do passado, mas ainda atuantes compareceram ao evento e respiraram
cultura durante a Flimar.
“O que mais gosto na
Flimar é a diversidade e o respeito à “prata de casa”: autores alagoanos têm
sempre voz e vez por aqui”, ressalta. As homenagens aos alagoanos Cacá Diegues
(cineasta) e Graciliano Ramos (escritor)
também foram destacadas pela escritora baiana.
“Os participantes
dessas mesas trouxeram informação e cultura sobre esses nomes consagrados,
beneficiando o público numa linguagem quase sempre clara e interessante. Eu
mesma, que estudo Graciliano há muito tempo, aprendi peculiaridades
desconhecidas sobre ele, inclusive, seu lado romântico que me surpreendeu”,
revela.
Todo esse envolvimento com a cultura, além das palestras sobre
literatura é destacado por Miram Sales como muito importante para Marechal
Deodoro. “Criar uma festa deste porte é
um desafio que só mesmo o Velho Capita pode enfrentar: por isso o admiro tanto”,
disse ela.
Pelo o que se pôde perceber, a Flimar
satisfez a todos: envolveu literatura, ecologia, arte, passeios, música,
shows, exposições, assuntos de interesse local e comunitário, além do magnífico
sarau, o “point de Marechal”, segundo Miriam Sales.
A AUTORA
Miriam Sales é contista e cronista: tem cinco livros
publicados: A Bahia de Outrora, já na 4ª edição (esta última em DVD); Contos
Apimentados e Contos e Causos , já na 2ª
edição e em e-book Maktub e As Filhas do General.
Como editora e presidente da Editora Pimenta Malagueta, ela
conta que já foram publicados 20 livros
de autores brasileiros e portugueses. “Organizamos três seletas, sendo que a
última foi sobre poesia, que será lançada na Bienal da Bahia, em novembro
próximo. Também publicamos 15 livros digitais”, informa. Toda a obra da autora está
no site de busca Amazon.
Miriam Sales também escreveu um livro memorialista e, em
novembro, vai publicar livros digitais
com os mais de 2.000 artigos seus escritos na Internet, em sites e blogs. Segundo
o Google, ela tem mais de um milhão de
leitores na rede.
“Só publicados pelo site Artigonal, mais de 500.000
leitores. É só ir lá e conferir, já sou ‘alagobaiana’ e estar aqui , para mim, é uma
festa. Não venho só para e pela Flimar; meu marido, um português, adora Alagoas
e sempre estamos num resort em Maragogi ou na praia de Pajuçara, em Maceió”, revela.
Miriam finaliza nossa entrevista dizendo que Alagoas está de
parabéns pela Flimar. “Esta realização, que há quatro anos enriquece a cultura
alagoana, deveria se estender a outras cidades, como Palmeira dos Índios ,
Penedo, entre outras cidades históricas do Estado. O problema é que faltam
Carlitos. Estou pensando em criar um movimento, o carlitismo, para que toda essa
festa se estenda a todos os recantos deste Estado de Graça, que é Alagoas”,
conclui Miriam Sales.
Jornalista fez análise sobre a obra de Graciliano Ramos
Mesa redonda sobre Graciliano Ramos trouxe neto do escritor -Foto de Olívia de Cássia ___________________________________ |
Via Facebook, o blog entrevistou também a jornalista
paraibana Catarina Buriti que participou de duas mesas-redondas fazendo análise da obra do
escritor alagoano Graciliano Ramos no último dia da Flimar. Esta foi a primeira
vez que a jornalista participou do evento e foi convidada em razão de pesquisar
a obra de Graciliano Ramos sob uma perspectiva ambientalista, especialmente no
ambiente do Semiárido.
“Graciliano nos deixou um legado de uma literatura que trata
de forma muito sensível a relação entre o ser humano e a natureza. As duas palestras
foram em torno da visão diferenciada de Graciliano em Vidas Secas: uma sobre a personagem Sinhá Vitória e outra
sobre o romance Vidas Secas’, pontua.
Catarina Buriti tem formação em História e em Jornalismo e,
atualmente, faz doutorado em Recursos Naturais, o que, segundo ela, proporciona
a visão ambientalista da obra de Graciliano Ramos. Sobre a Flimar ela disse que
“é uma festa maravilhosa, uma riqueza não apenas para a população de Marechal,
de Alagoas, mas para todo o Nordeste e o Brasil”.
A jornalista observa ainda que a Flimar é uma festa “que
coloca em evidência a literatura, arte e a cultura, sob diferentes
perspectivas, por exemplo, a mulher, o meio ambiente, entre muitos outros
aspectos multifacetados que fizeram parte do Festival”.
Morando atualmente em Campina Grande (PB), Catarina trabalha
no Insa (Instituto Nacional do Semiárido), como assessora de Imprensa e destaca
que o maior saldo positivo da festa é a troca, a interação, a articulação, as
novas parcerias que surgem a partir deste encontro e conhecimento das obras e
dos autores.
Ainda sobre a Flimar ela ressalta que Carlito Lima tem
realizado um grande esforço para tornar esta festa cada dia vez maior e melhor. “Eu já a conheci como uma festa grandiosa e
estou encantada. Foi muito interessante fazer amizades e o contato com as
pessoas que dedicam a vida à literatura a à arte, sem falar das belezas
naturais e culturais do Estado”, finaliza.
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