Os sonhos, as vontades e nossos quereres são metas e ideais
que a gente persegue durante nossa vida inteira. Às vezes são apenas ilações para
fugir de uma vida monótona, do vazio, da solidão, mas que valem a pena para
preencher a nossa mente e não deixá-la sucumbir.
Li um texto de Antônio Jorge Rettenmaier, em artigo no site
Debates Culturais, em que ele observa que na força de nossas vontades está sempre a
retomada da viagem da vida. “Nela é que podemos encontrar, e só nela, a melhor
força para retomarmos os caminhos quase interrompidos”, pontua.
Hoje eu sou mais confiante,
dei um salto de qualidade na minha forma de encarar os problemas e
adversidades e acredito que quando temos essa força de vontade para o bem, a
vida flui com mais intensidade, melhor e mais suave.
Eu sempre fui, durante toda a minha vida, uma pessoa sonhadora, muito menos hoje do que já
fui ontem, mas ainda cheia de expectativas, de querer o melhor para mim, de
gostar de boa música, de leituras, de escrever e de sonhar com o melhor: e o
melhor para mim sempre foram muitas amizades, exercer minha profissão de forma
digna, ter diversão e arte.
O melhor que eu sonho não é riqueza, bens materiais em
excesso, mas conforto, bem-estar e vida salutar, de forma que eu possa
continuar desfrutando a minha liberdade de ir e vir. Eu sei também que para tudo o que a gente sonha e
quer tem uma contrapartida na vida.
Esses meus quereres podem parecer assuntos muito simplórios para alguns, mas
para mim é o que há de melhor. Eu sei que todos os nossos ideais, sonhos e
vontades têm também uma consequência
para a nossa vida; que poderá ser um resultado positivo, ou adverso, dependendo
daquilo que almejamos para nós e para a nossa felicidade.
Essas digressões começam a surgir na minha mente quando num
intervalo de pauta, numa parada para reflexão de ideias. Às vezes a gente passa
a vida inteira sonhando com uma situação, mediante uma vontade e lá mais na
frente percebemos que aquilo já não tem tanta importância da mesma forma que
tinha antes, quando éramos mais jovens.
E aí, nesses momentos, a gente passa a entender os mistérios
que a vida nos oferece. Cada fase da nossa existência tem uma razão, uma
importância, valores diferenciados; mas muita coisa da minha juventude eu ainda
carrego comigo.
Eu entendo que temos que ter objetivos claros e concretos,
possíveis de serem realizados naquilo que queremos: objetivos esses que sejam
uma forma de construir uma ideia, um sonho palpável, um bem-estar. É nessa filosofia que eu acredito e vou tentando
concretizar, mesmo que às vezes pareça uma utopia.
O filósofo e analista Flávio Souza destaca no texto Transformando
sonhos em realidade, que sonhos ou ideais são somente abstrações, vontades
vazias de ações e devaneios de nosso mundo interior. “Querer” é ansiar,
pretender, ter vontade: “Intenções que muitas vezes ficam pairando na nossa
mente sem uma ação concreta”, diz ele.
“Querer sem fazer, sem ação não significa nada, pois é estar
em terra de ninguém, sem direção para seguir, sem resultados para alcançar. Podemos
transformar nossos quereres em realidades, nossos sonhos em metas; podemos dar sentido
a estas abstrações transformando o intangível em objetivo”, conceitua Flávio Souza.
Para esses
dois autores, está claro que criar um
objetivo definido, transparente, de forma plena é o primeiro passo para atingi-lo. “Mas,
isso não basta, pois o objetivo é um processo para um determinado fim e não um
fim que termina em si mesmo”, avalia Flávio Souza.
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