sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mortalidade por arma de fogo é debatida na ALE

Fotos de Olívia de Cássia
Sessão pública teve presença de autoridades e da sociedade civil e foi de autoria do deputado Ronaldo Medeiros

Olivia de Cássia – Ascom

Os elevados índices de mortalidade por arma de fogo em Alagoas foram debatidos na Assembleia Legislativa Estadual na manhã desta sexta-feira, 11, com a presença dos deputados federais Paulo Fernando dos Santos (Paulão-PT\AL) e Alessandro Molon (PT\RJ), presidente Subcomissão Especial de Controle da Câmara dos Deputados.


A sessão foi uma parceria da Subcomissão da Câmara Federal com a Comissão Especial que acompanha o Plano Brasil Mais Seguro em Alagoas, que tem como presidente o deputado Ronaldo Medeiros (PT). Apenas o proponente da sessão e o deputado  Judson Cabral (PT), dos parlamentares estaduais, compareceram à sessão.

O deputado Ronaldo Medeiros explicou que o objetivo da sessão foi ouvir pessoas de outros estados, para ver se encontram uma solução para esses altos índices de criminalidade. “Alagoas apresentou mais ou menos 200% de aumento no índice de mortes por armas de fogo, por cem mil habitantes. Eu proponho que seja retirado do orçamento de alguns setores para a contratação de mais policiais”, disse.
Segundo o parlamentar, o alagoano sai de casa com medo: “O governo tem que reagir, um Estado fraco tem o bandido forte. Temos que investir em educação; é o jovem que mais mata e que mais morre no Estado; é preciso trabalhar não só com polícia, deveríamos unir as forças e discutir a questão  sem partidarismo”, argumentou.

Medeiros observou ainda que o Estado perdeu mais de sete mil homens nesses anos do atual governo, por motivo de aposentadoria ou por morte, e que é preciso mais ações e mais polícia nas ruas para conter a violência. “O criminoso não está nem aí, a polícia não tem estrutura para prevenir nem fazer medo, não temos um poder de reação: o grande problema no aparelho de segurança é a falta de estrutura nas delegacias, que não têm sequer informatização”, ressaltou.

O presidente da Comissão Especial da ALE também criticou a forma como a segurança pública é feita em Alagoas. “Não sei porquê insistir em manter o atual gestor,  que está levando a segurança ao caos”, disse Medeiros.

O deputado  federal Alessandro Molon (PT-RJ), presidente da Subcomissão de Controle de Armas, Munições e Explosivos da Câmara dos Deputados e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado  argumentou que  veio apresentar aquilo que a Subcomissão está procurando fazer para contribuir na diminuição da violência e ouvir as medidas que estão sendo tomas no Estado para isso.

“Queremos saber as razões do crescimento; que arma está sendo usada para praticar os crimes, pois a maior parte é de fabricação nacional”, disse Molon.  Ele observou que no  período de 2000 a 2010, os mortos por armas de fogo levaram Alagoas à liderança nessa modalidade. “Queremos saber que mortes são essas,  temos que fechar as fronteiras  para enfrentar o problema”, disse Alessandro Molon.

Já o deputado federal Paulo Fernando (Paulão-PT) lamentou a ausência do secretário de Defesa Social, Dário César, e do comandante da Polícia Militar, que mandaram  o coronel Mendonça como representante. Paulão disse que dos 102 municípios alagoanos os mais violentos são: Maceió, Arapiraca, União dos Palmares e Marechal Deodoro.

O petista disse ainda que o modus operandi de assaltos no Estado, com explosão nos caixas de bancos, são atitudes de quadrilhas organizadas. “Alagoas tem uma realidade atípica, é o segundo maior estado em violência contra mulheres e quem mais morre é a juventude da periferia e a juventude negra”, disse Paulão.

Igor Nascimento, do Movimento LGBT, que estava representando o Grupo de direito à Vida,  disse que Alagoas é o Estado onde mais se mata gays, jovens negros e pessoas que vivem à margem da linha de pobreza. “Só este ano foram 13 assassinatos de homossexuais, vítimas de arma de fogo e arma branca. Precisamos saber o que está acontecendo em Alagoas;  daqui a alguns anos vamos ter um Estado envelhecido”, avalia.

No final da sessão foi tirado um documento para ser apresentado ao setor de segurança e ao Governo do Estado.

Fizeram parte da Mesa: o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT); os deputados federais Paulo Fernando dos Santos (Paulão) e Alessandro Molon (PT-RJ); o procurador-geral do Estado Sérgio Jucá; Daniel Nunes Pereira (Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil); o coronel Mendonça, delegado Antônio Lessa (Associação dos Delegados de Polícia do Estado); João Pereira, prefeito de Santa Luzia do Norte.

Também participaram da sessão Euclides Mello (representando o senador Fernando Collor de Mello-PTB); Amélia Fernandes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Pedro Montenegro, militante dos direitos humanos; o deputado Judson Cabral (PT),  movimentos sociais e outros setores da sociedade civil organizada.



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