Fotos de Olívia de Cássia
Sessão
pública teve presença de autoridades e da sociedade civil e foi de autoria do
deputado Ronaldo Medeiros
Olivia
de Cássia – Ascom
Os elevados índices de mortalidade por arma de fogo em
Alagoas foram debatidos na Assembleia Legislativa Estadual na manhã desta
sexta-feira, 11, com a presença dos deputados federais Paulo Fernando dos
Santos (Paulão-PT\AL) e Alessandro Molon (PT\RJ), presidente Subcomissão
Especial de Controle da Câmara dos Deputados.
A sessão foi uma parceria da Subcomissão da Câmara Federal com a Comissão Especial que acompanha o Plano Brasil Mais Seguro em Alagoas, que tem como presidente o deputado Ronaldo Medeiros (PT). Apenas o proponente da sessão e o deputado Judson Cabral (PT), dos parlamentares estaduais, compareceram à sessão.
O deputado Ronaldo Medeiros explicou que o objetivo da
sessão foi ouvir pessoas de outros estados, para ver se encontram uma solução
para esses altos índices de criminalidade. “Alagoas apresentou mais ou menos
200% de aumento no índice de mortes por armas de fogo, por cem mil habitantes.
Eu proponho que seja retirado do orçamento de alguns setores para a contratação
de mais policiais”, disse.
Segundo o
parlamentar, o alagoano sai de casa com medo: “O governo tem que reagir, um
Estado fraco tem o bandido forte. Temos que investir em educação; é o jovem que
mais mata e que mais morre no Estado; é preciso trabalhar não só com polícia,
deveríamos unir as forças e discutir a questão
sem partidarismo”, argumentou.
Medeiros observou ainda que o Estado perdeu mais de sete
mil homens nesses anos do atual governo, por motivo de aposentadoria ou por
morte, e que é preciso mais ações e mais polícia nas ruas para conter a
violência. “O criminoso não está nem aí, a polícia não tem estrutura para
prevenir nem fazer medo, não temos um poder de reação: o grande problema no
aparelho de segurança é a falta de estrutura nas delegacias, que não têm sequer
informatização”, ressaltou.
O presidente da Comissão Especial da ALE também criticou
a forma como a segurança pública é feita em Alagoas. “Não sei porquê insistir
em manter o atual gestor, que está
levando a segurança ao caos”, disse Medeiros.
O deputado federal
Alessandro Molon (PT-RJ), presidente da Subcomissão de Controle de Armas,
Munições e Explosivos da Câmara dos Deputados e vice-presidente da Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado
argumentou que veio apresentar
aquilo que a Subcomissão está procurando fazer para contribuir na diminuição da
violência e ouvir as medidas que estão sendo tomas no Estado para isso.
“Queremos saber as razões do crescimento; que arma está
sendo usada para praticar os crimes, pois a maior parte é de fabricação
nacional”, disse Molon. Ele observou que
no período de 2000 a 2010, os mortos por
armas de fogo levaram Alagoas à liderança nessa modalidade. “Queremos saber que
mortes são essas, temos que fechar as
fronteiras para enfrentar o problema”,
disse Alessandro Molon.
Já o deputado federal Paulo Fernando (Paulão-PT) lamentou
a ausência do secretário de Defesa Social, Dário César, e do comandante da
Polícia Militar, que mandaram o coronel
Mendonça como representante. Paulão disse que dos 102 municípios alagoanos os
mais violentos são: Maceió, Arapiraca, União dos Palmares e Marechal Deodoro.
O petista disse ainda que o modus operandi de assaltos no
Estado, com explosão nos caixas de bancos, são atitudes de quadrilhas
organizadas. “Alagoas tem uma realidade atípica, é o segundo maior estado em
violência contra mulheres e quem mais morre é a juventude da periferia e a
juventude negra”, disse Paulão.
Igor Nascimento, do Movimento LGBT, que estava
representando o Grupo de direito à Vida,
disse que Alagoas é o Estado onde mais se mata gays, jovens negros e
pessoas que vivem à margem da linha de pobreza. “Só este ano foram 13
assassinatos de homossexuais, vítimas de arma de fogo e arma branca. Precisamos
saber o que está acontecendo em Alagoas;
daqui a alguns anos vamos ter um Estado envelhecido”, avalia.
No final da sessão foi tirado um documento para ser
apresentado ao setor de segurança e ao Governo do Estado.
Fizeram parte da Mesa: o deputado estadual Ronaldo
Medeiros (PT); os deputados federais Paulo Fernando dos Santos (Paulão) e
Alessandro Molon (PT-RJ); o procurador-geral do Estado Sérgio Jucá; Daniel
Nunes Pereira (Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil);
o coronel Mendonça, delegado Antônio Lessa (Associação dos Delegados de Polícia
do Estado); João Pereira, prefeito de Santa Luzia do Norte.
Também participaram da sessão Euclides Mello
(representando o senador Fernando Collor de Mello-PTB); Amélia Fernandes,
presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Pedro Montenegro, militante
dos direitos humanos; o deputado Judson Cabral (PT), movimentos sociais e outros setores da
sociedade civil organizada.
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