quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Das expectativas e dos sonhos

Olívia de Cássia - jornalista

Tem uma frase que está circulando nas redes sociais que diz que às vezes construímos os nossos sonhos em cima de pessoas e geramos uma grande expectativa com relação a isso. Lá mais na frente, diz a frase, a gente vai perceber que grande mesmo eram os nossos sonhos e que as pessoas sempre vão nos decepcionar.

Tenho pensado muito em minha vida, no tudo que vivi nesses meus 52 anos, em minha relação com meu eu interior até agora e nessa minha maturidade atrapalhada.

Não sei dimensionar se eu gerei grandes expectativas com relação a outras pessoas, mas quando rola um sentimento dentro da gente, sempre esperamos um algo mais acontecer e terminamos por nos decepcionar com outro, porque não esperávamos nunca a decepção que temos.

Tive poucos relacionamentos amorosos, sempre fui uma criança e uma adolescente cheia de problemas, brigava com minha mãe, porque pensávamos a vida de forma diferente e ela não aceitava meu jeito de ser. Era complexada com meu físico; aos 14 anos tinha 48 quilos e me achava obesa e comecei a tomar remédios para emagrecer.

Sempre me achei desengonçada e feia e acreditava que nunca ia conseguir um namorado e quando isso aconteceu foi uma revolução em minha vida: sofri preconceitos, perseguições e passei por dificuldades, porque sempre me sentia atraída por pessoas problemáticas, feito eu.

Queria sempre ajudar e fazer alguma coisa pelos meus amores e amigos terminava levando desvantagem na vida. Ainda hoje acontece isso, não tem jeito. Tem coisa que não muda dentro da gente. Crises existenciais de adolescente eu sempre tive e esses problemas influenciam na minha formação adulta.

O correto, dizem os especialistas, é que devemos sonhar com nossas próprias expectativas e não depositar em outra pessoa a responsabilidade de nos realizar. Temos livre arbítrio para nossas escolhas e devemos entender que elas terão suas consequências, sem querer aqui usar de chavões. É a pura realidade.

Meus problemas de saúde e minha idade já avançadinha me limitam no terreno amoroso e esse lado eu já aposentei mesmo, essa é a minha realidade concreta. Mas eu não deixo de sonhar com amores platônicos, como na minha juventude.

Esses sentimentos ainda existem no meu imaginário, até para que eu me sinta fortalecida para continuar a lutar por dias melhores e mais justos. Uma linda noite para todos e fiquem com Deus.

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