Olívia de Cássia – jornalista
O dia amanheceu com o sol querendo sair por entre as nuvens densas. A noite foi longa e difícil com esse respirar sufocado. Lá fora os bem-te-vis entoam canções, alegres e dão vivas ao novo dia. O tempo fechou e chove forte agora.
A rotina diária tem início e saio para o trabalho, cheia de esperança e de pensamentos positivos. Agradeço a Deus por mais um dia, por mais um levantar e um caminhar ainda que cambaleante.
As pessoas passam sem se cumprimentar, sem desejarem bom dia e eu permaneço em silêncio com minha rouquidão. Fazia tempo que minha crise respiratória não vinha com impedimento na voz, se eu fosse locutora ou apresentadora de TV estava ferrada.
Quando eu era menina, minha mãe fazia um monte de beberagens para eu ficar logo sadia. Como é doce a infância da gente, quando se tem pai mãe que nos dão conforto e carinho!
Um tempo onde não temos maldades e quando começamos a construir a nossa personalidade, fazer amizades e a formar a nossa cidadania. Quase todos os dias eu penso em como eram mais fáceis os nossos dias e o quanto éramos felizes.
Os primeiros amores da infância eram puros, marcados pelos bancos da Praça Antenor de Mendonça Uchôa, em União dos Palmares, ou pelo Cine Imperatriz, de saudosa memória. Beijos no rosto roubados, pegar na mão sem maldades, o começo de tudo para nós.
À noite ficar na praça ou na Avenida Monsenhor Clóvis era a diversão predileta da meninada; não tínhamos muita opção de diversão, mas éramos muito felizes. Lá, na pracinha da Rua 15 de Novembro, foi onde comecei os meus primeiros namoros.
De dia eu fazia palavras cruzadas e à noite conversar com os amigos era uma festa. Hoje acordei com as lembranças mais remotas da meninice, com saudade de um tempo onde não sabíamos sequer o que iríamos encontrar pela frente.
Desconhecíamos as dificuldades e entraves para a nossa felicidade. Sonhar era a nossa principal tarefa. Bons tempos aqueles! Bom dia para todos e uma boa terça-feira.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
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