Olívia de Cássia – jornalista
O dia amanheceu chuvoso. Mandei uma mensagem de texto de feliz aniversário. Véspera de Santo Antônio no interior a gente comemorava com fogueiras, milho assado, pamonha, canjica, bolo de milho e outras iguarias.
Era uma fartura que dava gosto de ver, mas a gente não tinha a consciência disso e não valorizava a questão. Era um tempo de muita alegria e muita festa e a meninada se encantava com tudo aquilo.
As quadrilhas eram todas muito animadas e os grupos se vestiam como matutos de antigamente. Não tinha essa pirotecnia em torno de quadrilhas da forma como existe hoje. As roupas eram feitas de chita ou eram emprestadas dos nossos pais, de algum parente ou de algum amigo e agente se divertia bastante.
Os santos homenageados nessa época eram devidamente comemorados em seus dias. Durante o dia, as donas-de-casa trabalhavam na culinária à base do milho e a turma jovem começava os preparativos para a noite.
As ruas e o local da festa do milho eram ornamentados com bandeirolas e balões, barracas cobertas de palha e tudo o que fosse para o bom desempenho do evento. Os locais onde tocava o forró amanheciam o dia e quem aguentasse o rojão ficava até terminar o arrasta-pé.
Músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Humberto Teixeira e outros compositores eram as mais tocadas, tudo de bom gosto e qualidade, para a nossa alegria e divertimento.
Atualmente não se faz mais festa junina como antigamente; só em alguns lugares e categorias isoladas é que a gente vê a tentativa de resgate das tradições populares. Lá na minha terra a gente tinha muito forró pé de serra, o autêntico ritmo do Nordeste.
A gente costumava escutar com Alonsinho músicas de Jorge de Altinho, Alceu, Elba Ramalho e diversos outros artistas mais. Nossas festas eram divertidas e uma delas foi na casa do então prefeito Rosiber Oliviera, cunhado do meu amigo Aldo Eugênio.
Outra quadrilha improvisada nossa aconteceu na sétima Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) e essa foi inesquecível porque fomos o primeiro grupo de jovens na cidade a fazer uma quadrilha invertida.
Nessa quadrilha eu fui o noivo e meu amigo Aldo Eugênio foi minha noiva. Daí em diante, outros jovens gostaram da brincadeira e foram fazendo o mesmo, mas o pioneirismo mesmo nessa modalidade de quadrilha foi da nossa turma de jovem. E Viva Santo Antônio!
terça-feira, 12 de junho de 2012
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