domingo, 24 de junho de 2012

Aos trancos e barrancos

Olívia de Cássia – jornalista

Aos trancos e barrancos eu vou seguindo em frente nessa difícil caminhada de ter que assumir responsabilidades e deveres, de ter que cuidar de mim.

Aqui em casa não está fácil encontrar os objetos tal estado de caos se encontra e se for algum de pequeno tamanho, então, nem se fala. Uma desarrumação total. Aqui há muitas pendências para serem resolvidas.

Acordei às 11h10, ao som de músicas de Luiz Gonzaga na Rádio Educativa, pelo celular; o corpo arrebentado das duas lavadas que dei na casa, para tirar o excesso de barro e sujeira do serviço que foi feito nas paredes e no teto.

Resolvi ir ao shopping para almoçar e me desligar da bagunça que está aqui; os pedreiros não dão um desconto, sujam tudo, até a bolsa com o meu computador estava empestada de poeira e cacos de tijolos.

Dá pena de ver o estado em que se encontram meus livros, todos empoeirados e amontoados num canto que nem sei quando vão ser limpos e colocados no devido lugar. Serviço desse tipo é para quem tem muita coragem, disposição e muita gente para ajudar.

Eram reparos necessários e urgentes esses que foram feitos. E ‘quando Deus der bom tempo’, farei a outra parte. Teve uma hora ontem que deu vontade de chorar pensando em como eu ira resolver tanta pendência.

Não quero passar por aquele estado de angústia de novo, mas desde ontem que ele me ronda, feito alma penada. Aí, de repente, me lembrei da minha mãe, da fortaleza que era aquela mulher, da garra com que enfrentava e resolvia tudo lá em casa e nas nossas vidas.

Era sempre ela quem estava à frente das questões, fossem fáceis ou difíceis e então eu disse para mim que não ia fraquejar diante das dificuldades, que ia ser forte, feito dona Antônia e que vou conseguir aos poucos fazer o que tiver que ser feito aqui em casa.

Dia de São João diferente daqueles vividos na infância. Um trio de forró passa na praça da alimentação do shopping para quebrar a indiferença; a única coisa que lembrou a festa junina hoje.

Enquanto a comida não chegava eu ia observando as mesas, com várias famílias e casais, no almoço de domingo. A vida dá tantas voltas e a gente precisa aproveitar aos bons momentos vividos com a família.

Esses laços são importantes, porque quando a gente perde pai e mãe, parece que as nossas referências vão pela metade com eles. Principalmente quando se tem uma família dispersa e desunida como a minha.

O telefone toca, era meu irmão Paulinho querendo saber notícias. Ele sempre liga para manter contato, é sempre ele, querendo saber notícias do nosso irmão Petrônio, debilitado pela ataxia. Bom São João para todos!

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