domingo, 8 de janeiro de 2012

Segunda edição do Passeio no Parque movimenta a Serra da Barriga

Fotos de Olívia de Cássia-8-1-2012

Olívia de Cássia – Repórter

A segunda edição do evento cultural Passeio no Parque, promovido pela representação do escritório regional da Fundação Palmares, aconteceu neste domingo, dia 8, na Serra da Barriga, e levou à Terra da Liberdade grupos culturais, estudantes e o ex-deputado estadual e suplente de deputado federal Paulo Fernando dos Santos (o Paulão), do PT.

Segundo Genisete de Lucena Sarmento, representante do escritório da Fundação Palmares no Estado, a proposta da entidade é realizar este evento na Serra da Barriga uma vez por mês. “A nossa ideia é ocupar o espaço, que é muito ocioso; muito visitado, mas só movimentado no período da Consciência Negra. Queremos fazer esse tipo de atividade na Serra da Barriga o ano todo, para mostrar a riqueza do local”, destaca.

Genisete observa que no próximo dia 6 de fevereiro é o dia que marca o fim do Quilombo dos Palmares e que pretende lembrar a data histórica com algum evento na Serra. “Pretendemos fazer também um evento para lembrar a data, da madrugada do dia 5 para o dia 6; só não sabemos ainda que tipo de evento nós vamos fazer; vai depender dos apoios e das parcerias que teremos”, reforça.

Nesta segunda edição do Passeio no Parque teve o primeiro Banquete dos Ancestrais, onde foi servido um cardápio afroindígena no restaurante Kùuku-Wàana (Banquete Familiar), pela mãe Neide e sua equipe. Diversas atrações culturais se apresentaram na Serra da Barriga, como o Grupo de Dança Brilho da Paz, Grupo de Capoeira Palmares – Maculelê e a Banda Afro Zumba.

Patrícia Araújo é professora de história nas escolas Moreira e Silva, no Cepa, e no Colégio de São José, ambas escolas de Maceió. Ela diz que fez um trabalho com os seus alunos mostrando a cultura afro, mas conta que foi a primeira visita que fez ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

“É a primeira vez que venho aqui, mas me senti como se estivesse na época do quilombo; é tudo muito organizado, todos conviviam aqui pacificamente. Fiz umas fotos e vou levar para mostrar aos meus alunos”, disse a professora.

Dona Maria Zélia coordena o Grupo de Dança reggae Brilho da Paz, da comunidade Alto do Cruzeiro, em União. O bairro é um local carente e tem outros grupos culturais como o coco de roda, que trabalha com jovens e crianças em estado vulnerável. O grupo Brilho da Paz já faz apresentações de reggae há 14 anos, tem 18 componentes, a maioria mulheres.

Dona Zélia diz que já levou o grupo para vários municípios e que também fez apresentações em escolas. “Comecei com crianças de cinco anos; hoje tem meninas de 14 a 23 anos, tem DJs no Morro das Cobras que foi formado pelo grupo, mas ninguém valoriza e eu já estava com vontade de desistir; foi aí que recebemos o convite de Genisete (Fundação Palmares) e estamos aqui”, conta dona Zélia.

Outro representante de grupo cultural que estava na Serra da Barriga neste domingo foi Djalma Roseno Filho, presidente da Agrucenup, entidade que reúne 23 grupos culturais de União dos Palmares como capoeira, coco de roda, banda afro, grupo de reggae, guerreiro e dois grupos de dança e teatro.

Djalma conta que a entidade recebe uma subvenção de 300 reais da prefeitura e quando tem apresentações nas cidades faz parcerias e recebem um pequeno cachê simbólico, como no dia 20 de novembro. “E ainda dizem que estamos ficando com dinheiro”, reclama.

VIXE MARIA

Luana Tavares é integrante do Grupo de Estudos Culturais Vixe Maria, também de União, que trabalha com dança afro e teatro. O grupo conta com 49 participantes e tem parceria da Fundação Palmares.

Ela conta que Vixe Maria existe há quatro anos, tem uma peça montada e está preparando outro trabalho para, no mês de outubro, fazer apresentação. “Estamos com uma peça em cartaz “Entre Deus e o Diabo, Lampião”, em parceria com a Fundação Palmares e o Projeto Inaê”, disse Luana.

Dois ônibus do município de Colônia Leopoldina levaram estudantes ao local, que também recebeu professores e estudantes de Maceió, Ibateguara, União, entre outros locais. Antes de iniciarem as apresentações dos grupos culturais a mestre de cerimônia pediu um minuto de silêncio, pela morte de dona Maria, uma das cozinheiras do grupo da Mãe Neide, que administra o restaurante do Parque Memorial Quilombo.

Nenhum comentário:

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...