sábado, 7 de janeiro de 2012

Ainda a violência

Olívia de Cássia – jornalista

Estamos cansados de ver, ouvir e falar de violência no Brasil e em Alagoas, todos os dias. A cada vez que a gente abre o noticiário local e nacional, aumentam as estatísticas de mortes de jovens, por tiro ou arma branca; esse é um dado preocupante para a sociedade. Violência é um comportamento destoante que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado e se manifesta de várias formas, seja pela bandidagem, abuso da força ou pelo constrangimento a alguém.

Uma percorrida no IML no meu plantão no site Tribuna Hoje, na semana passada, onze corpos tinham dado entrada, da sexta-feira até as 10 horas da manhã do sábado, último dia do ano passado. Seis foram da madrugada, a maioria dos corpos era de jovens de 17 a 23 anos, de cor parda, vítimas de armas de fogo. Infelizmente são os jovens as maiores vítimas dessa praga que se alastrou na sociedade que é o crack.

Outra vertente que tem aumentado as estatísticas é a violência contra a mulher, cometida por companheiros ou pais, embalados pelo descontrole do álcool ou da droga ou pela brutalidade mesmo. Apesar da criação da Lei Maria da Penha, que pune com mais rigor os agressores, os espancamentos e mortes de mulheres não diminuíram. Avalio até que tem aumentado nos últimos dias.

Uma pesquisa divulgada na quarta-feira última em Alagoas informa que foram registrados 42 mil casos de violência envolvendo crianças e adolescentes, somente em 2011. Os dados são do Fórum Estadual dos Conselhos Tutelares do Estado. Mas o número de casos de violência contra crianças é bem maior do que as estatísticas divulgadas pelas instituições oficiais. O perigo está mais próximo do que se imagina; muitas vezes dentro do próprio lar.

No Brasil, cerca de 70% das denúncias de agressão física contra crianças foram praticadas pela própria mãe e o abuso sexual normalmente é praticado pelo pai ou o padrasto. Das categorias apontadas como violência incluem-se: abandono de incapaz, drogas e alcoolismo, abuso e exploração sexual, com ênfase no perfil intrafamiliar.

Esta última categoria trouxe, aproximadamente, mais de mil ocorrências, inclusive, trazendo casos gritantes, segundo os dados do Fórum Estadual, lembrando um crime de pedofilia, ocorrido em maio do ano passado, que chocou moradores do município de Senador Rui Palmeira, onde uma menina de dez anos foi estuprada pelo próprio pai. O crime ainda está sem solução, pois o acusado está solto.

Segundo os dados divulgados, houve um relativo crescimento no número de ocorrências notificadas pelos 108 conselhos tutelares da capital e do interior, em relação ao ano de 2010.

Imaginem os casos ainda não contabilizados pelas instituições oficiais se fossem tornados públicos. Diante de tanta cobrança da sociedade, com relação à falta de segurança no Estado, o governo anunciou na semana que continuará a dar apoio aos programas sociais que atendem cerca de 700 jovens dependentes químicos em Alagoas.

O governador prometeu também conversar com os empresários que investem em Alagoas para sensibilizá-los da importância de empregar mais pessoas que saíram dessas comunidades, livres da dependência química. Outra ação contra a violência foi convidar autoridades federais para uma visita técnica ao Estado e definir como o governo federal pode ajudar o Estado no combate à violência.

Tomara que essa iniciativa dê certo; estou torcendo, pois precisamos de medidas emergenciais para tirar o nosso Estado dessa condição de miserabilidade provocada também pela falta de segurança e pela droga. Vamos fazer uma corrente positiva. Fiquem com Deus e até logo.

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