terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Engraxate que perdeu tudo na enchente precisa de uma cadeira de rodas

Foto de José Marcelo Pereira/Cortesia
Por Olívia de Cássia, com informações do blog do José Marcelo

Seu Expedito Francisco da Silva, um senhor de 74 anos, é engraxate e trabalha na Rodoviária Povina Cavalcante, em União dos Palmares, desde a inauguração do prédio, na década de 70, na administração do então prefeito Afrânio Vergetti de Siqueira.

Seu Ditinho da Baronesa, como é mais conhecido na rodoviária, disse que sua família é natural de São José da Laje e que migrou para União dos Palmares quando ele tinha seis anos de idade.

Casado com a dona-de-casa Alaíde Silva, os dois tiveram 11 filhos, todos já estão espalhados pelo Brasil a fora, segundo seu Ditinho. Hoje morando em uma casa alugada no Bairro Costa e Silva, ele conta que a sua casa na Rua do Jatobá foi destruída na enchente de junho de 2010. Seu Expedito espera receber a casa nova, assim como os outros desabrigados de União.

Seu Ditinho nasceu com um problema de saúde que lhe dificulta a locomoção. Para trabalhar, ele tem que ir de moto-táxi para a rodoviária de União e conta que antes andava em sua cadeira de rodas, mas a perdeu na enchente.

Ele deu entrevista ao blog do José Marcelo e contou que aprendeu o ofício com o engraxate Antônio Bisoura, que lhe ensinou e lhe deu alguns produtos antes de viajar para São Paulo.

Seu Expedito explica que também já ensinou o ofício a outros profissionais e disse que em União tem poucos engraxates. “Muitos já morreram e os poucos que têm andam à procura de clientes”, destaca.

O sapateiro espera ganhar uma cadeira de rodas nova, como também uma ajuda para comprar os materiais que utiliza para engraxar e lustrar os sapatos dos clientes, pois na última quinta-feira, 19, quando chegou no trabalho viu que tinha sido roubado.

Seu Expedito é um homem simples mas gosta de contar as histórias da sua vida e ri da própria situação. “No momento que disse ao blog que tinha perdido tudo com a enchente deu uma gargalhada e disse: ‘Eu era pobre e fiquei mais pobre’ e repetiu o riso quando falou sobre o roubo”, conta José Marcelo.

Quem quiser ajudar seu Ditinho pode procurá-lo na Rodoviária Povina Cavalcante, no centro de União dos Palmares.

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