quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

E nós aqui

Olívia de Cássia – jornalista

Uma sexta-feira chuvosa: de trovoadas, relâmpagos e ruas molhadas. Acordo de madrugada com o barulho dos trovões. Parece que teremos um verão chuvoso. Volto a adormecer, mas a tempestade não dá uma trégua. Pela manhã o aspecto do tempo é de inverno. Incomoda um pouco sair de casa com um tempo assim, mas a responsabilidade me chama à realidade e vamos cuidar da vida.

No recesso parlamentar não houve calmaria na Assembleia Legislativa: ações na Justiça, eleição antecipada da Mesa Diretora, anulação da mesma eleição e denúncias de tramas de morte. Nem bem começou o ano e parece que a 18ª legislatura vai ser muito movimentada na Casa de Tavares Bastos. Tomara que não haja violência no parlamento alagoano. Alagoas não merece isso.

Estou impressionada como o tempo passa tão rápido na vida da gente. Parece que foi ontem que minha sobrinha Raynara nasceu e já está se formando este mês de janeiro. Será uma bela e competente terapeuta. Da mesma forma que ela, os outros sobrinhos e sobrinhas já estão quase todos formados e encaminhados na vida. Ainda bem.

Tantas lembranças me veem à cabeça e desfilam na memória como num filme. Tempos vividos, tempos bons. Estou ficando velha; o tempo já o anuncia mostrando suas marcas em meu corpo. Olho minhas mãos e percebo os sinais da velhice; é o primeiro sinal, o primeiro indício.

Nunca esqueço isso, foi a irmã Lili, como eu chamava a amiga Socorro Lins, quem me alertou para isso: “O primeiro sinal do envelhecimento, irmã, está nas mãos”, disse-me ela uma vez. Engraçado como eu nunca esqueci essa frase e quando olho para minhas mãos lembro-me da amiga Socorro Lins, que hoje em União dos Palmares é uma professora-psicóloga, mãe de lindas meninas que já se fizeram mulheres.

Mas voltando à realidade, me emocionei muito no erguimento do mastro da festa de Santa Maria Madalena. Foram momentos de apreensão, medo e muitas preces, mas depois que foi erguido, muitas lágrimas caíram do meu rosto. Lágrimas de emoção, de dúvidas de pedidos à nossa santa protetora.

Fazia tempo que eu não me emocionava dessa forma. Encontrei muita gente querida da minha terra, gente que a gente só avista na festa da padroeira mesmo, ou outros que a gente se esbarra por aí, eventualmente. Devo ir ao evento pelo menos dois dias, mas no dia 2 é de lei eu comparecer à procissão.

Preciso cumprir minha obrigação de devota e agradecer as graças alcançadas esse ano e por ainda estar andando, mesmo que cambaleante. Está tudo caminhando bem melhor, graças a Deus e espero que assim continue.

O baile Vermelho e Preto, no Jaraguá Tênis Clube, no sábado passado, já anunciou que a folia de Momo pede passagem. Os Seresteiros da Pitanguinha também já anunciaram festa.

Bailes de Carnaval assim me remetem à nossa antiga Associação Atlética Palmarina e aos antigos e saudosos carnavais de União dos Palmares. Uma época mais romântica, mais musical e mais aninada. Eu sou fã. Mas tudo fugiu do controle hoje em dia. O tempo passa, as coisas mudam e a gente precisa seguir em frente, não podemos parar. Fiquem com Deus.

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