O que é o amor?
Olívia de Cássia - Jornalista
Quando eu era adolescente, vivia a decantar o amor em todas as suas manifestações. Sonhava com um mundo onde as pessoas amassem sem cobranças, sem sentimentos de posse, sem obsessão, sem controle.
Sonhava com a liberdade e com um mundo melhor para todos. Um mundo onde os valores e as pessoas fossem respeitados. Sonhava com uma sociedade justa, sem preconceitos e sem hipocrisias, e foi com essa base de pensamento que pensei construir o meu mundo.
O tempo foi passando e a vida tratou de ocultar alguns sentimentos puros e sinceros que existiam dentro de mim. Tornei-me uma mulher; com o amadurecimento, vieram as frustrações, a realidade, a rotina do dia-a-dia- que mata qualquer sonho romântico - a necessidade de trabalhar e ter que dar conta das responsabilidades, da economia doméstica, ter que dar conta de mim.
E na roda-viva da vida os sentimentos, os sonhos, a vontade de viver e ser livre, a necessidade de lutar por um mundo melhor, foram sendo substituídos pela voz da razão, que me informava que não era bem assim...
A razão podou aquela menina sonhadora e apaixonada, que amava e intensamente e achava que aquele amor era a razão da sua existência. E a menina acordou e chorou. Chorou a sua perda. A perda da RAZÃO! (Texto produzido em Maceió (AL), 14.10.92)
domingo, 7 de março de 2010
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