Cópia da portaria |
Por Olívia de Cássia
A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de União dos
Palmares, antes de ser destituída de suas funções, baixou uma portaria no
mínimo estranha, no dia 6 de junho deste ano, proibindo que se coloque qualquer
aparelho de gravação no setor de áudio que procede às gravações da sessão
ordinária da Casa de Hermano Plesch.
Segundo a portaria, qualquer solicitação de áudio deve ser
encaminhada à Mesa Diretora. A medida está sendo considerada antidemocrática e
segundo alguns moradores, lembra os tempos da ditadura miliar.
Os radialistas e blogueiros que fazem cobertura das sessões
públicas do Poder Legislativo de União dos Palmares estão inconformados e pedem
uma providência dos poderes constituídos. Os radialistas formularam uma
denúncia ao presidente do Sindicato dos Radialistas de Alagoas, Paulinho
Guedes.
“Calar a imprensa é, no mínimo vergonhoso meus pêsames a
essa ditadura implantada no Poder Legislativo”, escreveu em seu Facebook o
radialista e secretário de Comunicação do município, Kleber Marques.
AFASTAMENTO
O juiz Ygor Figueiredo, da comarca de União dos Palmares,
acatou o pedido do Ministério Público Estadual (MP) e afastou da Mesa Diretora
da Câmara Municipal, no dia 10 de junho. Quatro vereadores foram afastados, mas
permaneceram com seus mandatos.
Foram eles: o presidente da Casa, Benedito José dos Santos
(Biu Crente, que assinou a portaria proibitiva); Cícero Aureliano (vice-presidente); Rafael
Pedroza, (primeiro secretário), e Fabian Holanda, (segundo secretário). Os
vereadores já recorreram da decisão.
O argumento do Ministério Público (MP), por intermédio do
promotor Carlos Eduardo Baltar Maia, foi que os vereadores cometeram atos de
improbidade administrativa. Segundo o promotor, a diretoria de uma associação
de taxistas, já existente e reconhecida pela Agência reguladora de Serviços de
Alagoas (Arsal), entrou com uma representação no MP.
Eles questionaram a aprovação de um projeto de lei que teria
sido feita sem o quórum necessário de vereadores. Segundo o MP, a Promotoria de
Justiça de União dos Palmares deve instaurar um inquérito civil púbico para
aprofundar a investigação do caso, que, segundo indícios, pode ter outras
irregularidades ainda mais graves.
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