Para sobreviver oferecem serviços diferenciados e de qualidade ao cliente (Foto: Sandro Lima) |
Olívia de Cássia – Repórter
Em meio à gradual extinção, asfixiadas pela concorrência de
novas tecnologias como TV a cabo, troca de arquivos pela internet, pirataria e
o Netflix, algumas locadoras de vídeo de
bairros de Maceió ainda resistem: estão se adaptando e procurando inovar nos
produtos oferecidos, apresentando um
produto diferenciado e de qualidade para cinéfilos e clientes que gostam de
produtos de boa qualidade.
O que se percebe, vendo a história das novas mídias é que a
vida útil das tecnologias vai se abreviando a cada dia, segundo pesquisadores.
Aos poucos o videocassete, que chegou ao país em meados da década de 1980, foi
sendo substituído pelo DVD, que teve uma existência menor e está sendo
substituído pelo Blu-Ray, a mídia do momento.
A reportagem da Tribuna Independente foi conversar com
proprietário de locadoras e gerentes que
convivem no dia a dia com a expansão das
novas tecnologias, para entender como
fazem para sobreviver no mercado que vai se estreitando com o passar do tempo e
o surgimento de novas mídias.
CONCORRÊNCIA
Na CM Vídeo, no bairro do Farol, o gerente Carlistenes Pedro
Ducarmo observa que o maior problema para as videolocadoras são os filmes
baixados gratuitamente na internet e a pirataria. “A TV a cabo nunca foi
concorrência para as locadoras; pelo contrário; indiretamente eles ajudavam.
Nosso maior problema é a falta de educação do povo, que compra filme pirata e
baixa filme de graça na internet; o nosso grande vilão hoje é o download de
graça: grátis, não, roubado”, reclama.
Segundo
Carlistenes Ducarmo, a locadora
sobrevive porque tem um estoque de bons filmes. “Temos um acervo considerável
de filmes clássicos, que são os mais procurados: temos cadastrados, desde o
início, 13 mil clientes e destes estão ativos mil e poucos”, observa.
O gerente pontua que desde que abriu a loja tem 34 mil
títulos cadastrados: isso não quer dizer que todos estão lá agora. “No acervo
temos cerca de dezesseis mil filmes que não são encontrados na pirataria; são
os clássicos”.
Carlistenes Ducarmo
explica que os DVDs estão sendo substituídos aos poucos por uma nova mídia
chamada Blu-Ray, que tem várias camadas de proteção bem maior e uma capacidade
de armazenamento de dados muito maior e em 3D. Segundo ele, o período de maior
procura na sua locadora ainda é o carnaval, mas também nas férias escolares a
locação de filme aumenta.
“Nosso produto principal são os clássicos, porque nossa
clientela maior é o pessoal da velha guarda, mas também disponibilizamos filmes
infantis”, destaca. O gerente mostra a diversidade de produtos oferecidos para
seus clientes: filmes europeus;
clássicos; heróis dos quadrinhos
e os Blu-Ray, que são filmes em alta definição HD.
100%
Segundo Robson Rodrigues, a empresa trabalha muito com promoções |
Robson Luiz Rodrigues, da locadora 100% Vídeo, na Ponta
Verde, explica que a loja oferece à clientela um produto diferenciado: além de
DVS, Blu-Ray, videogames, livros e bonecos, a locadora também oferece produtos
de lojas de conveniência como refrigerantes e bombonière.
“Estamos sempre inovando e nos modernizando para oferecer o
melhor produto aos nossos clientes”, observa Robson Rodrigues. A diversidade de
produtos é um dos diferenciais da locadora: além dos filmes, livros infantis,
literatura com temas variados e aluguel de jogos faz com que a locadora tenha
uma boa procura num dos bairros de classe média alta da capital.
Segundo Robson Rodrigues, as locadoras precisam se
modernizar e oferecer produtos diferenciados para os clientes, para não
correrem o risco de ficarem para traz. A 100% Vídeo tem cerca de 20 clientes por dia e no final
de semana a procura é maior. “O pessoal também procura filmes para pesquisa;
trabalhamos com filmes novos e antigos, mas os filmes mais novos estão sendo
mais procurados”, destaca.
Segundo Robson Rodrigues, a empresa trabalha muito com
promoções: “Cinco filmes aqui o locador passa uma semana, no valor de R$ 3,90 a
R$ 5,40. Também temos a promoção levando três o quarto é grátis. Na
terça-feira, a partir do segundo filme o cliente tem 50% de desconto na
locação”, destaca.
Robson Rodrigues observa que hoje ele assiste mais o
blu-ray, por conta da qualidade, mas o produto só funciona em aparelho
específico e mais moderno. “Para se ter uma qualidade boa tem que ter um
aparelho blu-ray, um cabo HDMI e uma televisão HD Full”, destaca.
ORIGINAIS
O publicitário Salvador Henrique é cinéfilo de carteirinha,
mas conta que hoje em dia não loca mais filmes: costuma comprar filmes
originais, mas espera que entrem em promoção nas lojas, por conta do preço que
ainda é muito alto, segundo ele.
“O disco original é muito caro, o preço é abusivo, reconheço
o trabalho de quem faz; um filme sai muito caro, mas como gosto de comprar o original, espero as promoções. Tenho mais
de 200 filmes e os temas são variados: épicos, clássicos, entre outros”,
observa.
Salvador Henrique diz que é daqueles que só sai do cinema
quando passa o último caracter da ficha técnica. “Fico até a última letrinha e
sei quanto eles lucram nas bilheterias do cinema”, ressalta.
Netflix
A jornalista Mariana Vasconcelos conta que a família já não
loca filmes e tem assinatura da Netflix. “Ele é um serviço que permite ver
filmes e programas de TV via streaming”, observa. O serviço tem 25 milhões de
assinantes nos Estados Unidos e lá é tão popular que, no horário nobre, chega a
responder por 30% de todo o tráfego da internet por lá, segundo informações do
site Super Abril.
Mariana destaca que paga R$ 17, 90, atualmente pela
assinatura e que todos da família têm uma senha para acessar os filmes. A
assinatura dá direito a uso ilimitado do serviço, que funciona nos consoles
Wii, PS3 e Xbox 360, no Apple TV e no computador.
Além disso, alguns tocadores de Blu-ray e TVs mais modernas
já vêm com Netflix onboard; mas segundo o site Super Abril, o Netflix não
substitui a TV paga e todos os vídeos têm de oferecer as opções legendado e
dublado.
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