O relator do documento, deputado Ricardo Nezinho (PMDB) disse que o Brasil Mais Seguro não cumpriu o que foi pactuado entre o Governo Federal e o Governo do Estado. (Foto: Olívia de Cássia) |
Falta de fiscalização do Governo Federal
contribuiu com
inoperância das ações, segundo o relatório (Foto: Olívia de Cássia)
Olívia de Cássia – Repórter
A Comissão Especial que Acompanha o Programa Brasil Mais
Seguro no Estado apresentou o relatório final de 280 páginas da primeira fase
da comissão à imprensa, na manhã desta terça-feira, 3, no auditório térreo da
Casa de Tavares Bastos e concluiu que o
Plano não cumpriu as metas previamente definidas de atuação no Estado.
Cerca de 210 milhões foram destinados para a segurança
pública de Alagoas, entre o Governo Federal e o Estadual, mas segundo o
documento, a única meta cumprida foi a aquisição de uma aeronave e o
funcionamento parcial de uma das 20 bases comunitárias que estavam previstas no
Programa.
Segundo o relatório, as verbas destinadas para a execução do
Programa não foram fiscalizadas no Estado. O Programa também não disponibilizou
equipe e veículo para atuar junto com a Delegacia de Homicídios em local de
crime 24 horas; não foi construído o novo prédio do Instituto de criminalística
e do Médico Legal; não foi feita a destinação do prédio do antigo Hotel Beiriz
integralmente para a Perícia Oficial, entre outras ações previstas, segundo
Ricardo Nezinho.
O Programa também não conseguiu diminuir os índices de
violência, segundo os dados apurados pela comissão, que não batem com os
números divulgados pelo governo. Para chegar à conclusão do relatório, o
presidente da Comissão Especial, deputado Ronaldo Medeiros (PT), disse que
foram visitadas todas as bases comunitárias; de Maceió e Arapiraca, “mas apenas
uma funciona como tal”.
“Também foram feitas visitas aos Institutos Médicos Legais
(IMLs) de Maceió e Arapiraca e o Instituto de Criminalística. A comissão também
analisou diversos documentos, relatórios que foram disponibilizados pelo
Ministério da Justiça; Ministério da Saúde e Secretaria de Desenvolvimento
Social (SDS) do Estado”, explicou Medeiros.
O relator do documento, deputado Ricardo Nezinho (PMDB)
disse que o Brasil Mais Seguro não cumpriu o que foi pactuado entre o Governo
Federal e o Governo do Estado.
“Não foi realizada a elaboração do Programa ou Projeto
Estadual de Segurança Pública com ações estruturantes de curto, médio e longo
prazos, focado nos municípios com maiores índices de violência do Estado, tendo
como metas a qualificação da investigação criminal e o fortalecimento da
presença ostensiva da polícia na proximidade”, observou.
Entre 2013 e 2014, o foram destinados 160 milhões para a
segurança no Estado, pelo governo federal, mas na avaliação do deputado Ronaldo
Medeiros, “se não investir em políticas públicas, eu não acredito em plano
nenhum”, observou.
O relatório também concluiu por alguns encaminhamentos como:
enviar uma cópia para a Presidência da República; ao Ministério da Justiça, ao
Governo do Estado; Tribunal de Justiça do Estado; à Procuradoria da República
em Alagoas; às Comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Câmara
de Deputados e do Senado Federal; aos Conselhos Nacional e Estadual de
Segurança Pública, ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
Ministério Público.
O deputado Ronaldo Medeiros, observou que durante o período
de 2011 até 2013, a Comissão realizou três reuniões públicas no plenário da
Assembleia Legislativa, que tiveram a presença de várias autoridades ligadas à
segurança pública do Estado e também o Judiciário e o Ministério Público
Estadual (MP).
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