Olívia
de Cássia – Repórter
As
pragas urbanas afetam a saúde das populações e podem causar muitos prejuízos
financeiros. Ultimamente algumas cidades estão sendo invadidas por algumas
delas e segundo alguns especialistas procurados pela reportagem do
blog, o fato se dá pelo desequilíbrio ambiental.
Luis
Cláudio e Cícero da Silva são sócios em uma empresa de dedetização em Maceió e
observam que as pragas mais comuns no verão nas cidades pela ordem, são:
cupins, baratas, formigas, pombos (em qualquer época do ano), pixilingas,
carrapatos, escorpião, pulga e morcegos.
Para
fazer o tratamento para matar os cupins, por exemplo, que se proliferam muito
mais no verão, eles contam que fazem uma barreira química e que cada praga é um
procedimento específico. Eles observam que os cupins não causam mal à
saúde, mas causam transtornos sérios. “O desequilíbrio do meio ambiente é
o que causa o aumento das pragas. No caso do cupim, o habitat dele é o solo e
eles criam uma subcolônia (em árvores) e fazem o intercâmbio para se
reproduzirem. Uma fêmea coloca de sete mil a 25 mil ovos por dia”, explica.
“Além
das formas jovens de cupins, existem duas categorias de indivíduos adultos: a
primeira constituída por reprodutores alados (machos e fêmeas), conhecidos como
siriris ou aleluias, que voam para se acasalar (principalmente na primavera,
clima quente e úmido) e são responsáveis pela formação dos cupinzeiros. A
segunda categoria compreende as formas ápteras (sem asas), de ambos os sexos,
porém estéreis (operários e soldados)”, destaca Luís Cláudio.
Segundo
o técnico, a alimentação dos cupins consiste basicamente de celulose,
encontrada em papéis e madeiras e para obtê-la eles atravessam materiais como:
borracha, alvenaria, concreto, fios elétricos e telefônicos, plástico, gesso,
causando incêndios e danos em geral, que muitas vezes poderiam ser
evitados quando detectados a tempo e utilizando-se uma profilaxia
específica.
Ratos
são ameaças e perigo ao ser humano
Os
ratos, apesar de se manifestarem em qualquer época do ano devido ao acúmulo de
alimentos e de sujeira, no inverno se proliferam mais. Segundo os técnicos
entrevistados pela reportagem, a utilização de produtos com efeitos letais
imediatos, além de ser letal trazendo riscos para o ser humano, “não propicia a
diminuição de roedores em uma área, e sim, inverte o efeito desejado aumentando
a população existente, visto que uma colônia de ratos procura sempre manter um
número limite de indivíduos”.
Segundo
Luis Cláudio, os ratos possuem neofobia (fobia ao novo) e enviam os indivíduos
doentes mais idosos ou mais novos para testar um alimento novo introduzido em
seu ambiente. “A morte instantânea de um deles avisa aos demais do perigo
daquele alimento, fazendo com que os outros o evitem e com que as fêmeas gerem
novas crias para restabelecer o equilíbrio do número de indivíduos na colônia”,
ensina.
As
novas crias, segundo o técnico, em número maior ao de indivíduos permitidos, disputam
o lugar vago, onde os perdedores que conseguem escapar da morte, fogem daquele
território e vão habitar as áreas vizinhas, estabelecendo novas colônias.
“Por
isso uma intervenção humana em áreas infestadas por roedores, tem
necessariamente que ser decisiva e completa. Uma intervenção errônea pode ter
efeitos desastrosos, assim o combate aos roedores deve ser feito de forma
racional, técnica e completa, pois uma falha nesse trabalho pode conduzir a
situações futuras de solução difícil e onerosa”, reforça.
MANIPULAÇÃO
E USO
Luís
Cláudio conta que para fazer o trabalho de controle de pragas eles usam
produtos sem cheiro e antialérgicos: todos liberados pela Vigilância Sanitária
e pelo Ministério da Saúde, para não causar nenhum transtorno.
“A manipulação de produtos químicos são de
alta importância para nossos serviços, com registro no Conselho Regional de
Química obtemos equipe especializada no combate a pragas urbanas com resultados
no controle de baratas, cupins, brocas, formigas, escorpião, carrapatos,
moscas, pulgas e ratos”, descreve.
Para
o controle da praga de morcegos, Luís Cláudio observa que é proibido colocar
produto para matá-los, senão serão processados. Segundo ele, esses animais
procuram sempre os locais mais escuros da casa, entre a laje o telhado. “A
gente não pode matar os morcegos, orientamos os proprietários dos imóveis que
os locais onde eles costumam frequentar sejam iluminados, para espantá-los”,
conta.
Os
técnicos consultados pela reportagem destacam que em todos os bairros de Maceió
há problemas de pragas urbanas. “Locais com resto de construção são propícios
para juntar escorpiões, que podem causar a morte de uma criança de zero a três
anos de idade, porque possui pouca massa cefálica e têm menos imunidade”,
observa José Cícero.
O
serviço de um técnico de dedetização para controle de pragas, em residências,
custa de 160 a 180 reais. Nas empresas esse custo é maior. “A gente faz o
orçamento sem compromisso no local, depende do tamanho, que tipo de serviço
vamos fazer e dependendo do problema detectado nós damos o preço”, conta
Pombos
são considerados ratos de asas
Os
sócios e técnicos da empresa de dedetização entrevistados pela reportagem contam que são chamados
também para fazerem a limpeza em caixas de ar-condicionado de apartamentos,
devido à sujeira deixada pelos pombos, que ficam alojados nesses locais e
transmitem doenças pelas fezes e pelas pulgas (as chamadas pixilingas).
“Os
pombos são considerados pelo Ministério da Saúde como ratos de asas e podem
transmitir várias doenças às populações urbanas”, explica Luís Cláudio. Para
combater a população de pombos no Estado, tem aumentado a procura de
algumas empresas pela falcoaria, que é o treinamento de gaviões, para capturar
essas aves.
A
falcoaria ou cetraria é a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras
aves de rapina para a caça. Em outra oportunidade, conversamos com Dorival
Filho, treinador e proprietário de uma empresa em Maceió que faz treinamentos
dessas aves para captura de pombos e pardais.
Na
empresa de Dorival Filho, os gaviões são treinados para o controle de fauna
nociva (pombos) no Porto de Maceió, na Santa Casa de Misericórdia e no Moinho
Motrisa. Segundo o treinador, os gaviões capturam pombos e pardais e qualquer
outro animal que sejam treinados para caçar.
“Cada animal que o gavião caça é resgatado
pelo treinador, que dá uma recompensa ao animal (comida). “Os animais
capturados pelos gaviões são entregues ao Ibama (Instituto Brasileiro do meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para que dê o destino final.
Segundo
a coordenadora da Vigilância Epidemiológica no Estado, a instituição não
trabalha com pragas de verão. Cleide Moreira observa que “são consideradas
pragas urbanas também as mariposas, grilos, pulgas, mas nós não trabalhamos com
esse tipo de vetor”, observa.
Praga
de grilos incomodou várias cidades do Sertão
No
mês de setembro, em vários municípios do Estado, principalmente no Sertão, os
grilos invadiram as cidades. Em Arapiraca, segundo o gerente de vendas de
caminhões Jaime Calheiros, eles infernizaram a vida da população, por
vários dias.
Jaime
conta que os grilos incomodavam tanto nos banheiros das casas, nas paredes da
fachada das casas e a única saída para os moradores era fechar as portas. O
morador informou que até o novo shopping de Arapiraca foi infestado pelos
grilos, mas observou que no seu caso não procurou o setor de vigilância sanitária
para resolver o problema.
Segundo
os técnicos consultados pela reportagem, nesse período a demanda pelos serviços
de dedetização na capital aumentam.
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