Do lado do anexo da Assembleia Legislativa eu observo o
movimento dos servidores que chegam tagarelando, animados para a jornada desta
sexta-feira, último dia da semana e de trabalhos na Casa.
Assim como eu, certamente, muitos desses personagens estão
vivendo seus dramas pessoais, tentando resolvê-los da melhor maneira possível,
sem se mutilarem, sem se afetar interiormente.
Penso em mim, em algumas dificuldades que estou vivenciando
esses dias. Eu queria ser mais forte hoje do que fui ontem, saber encarar todos
os problemas de frente, sem desviar dos meus caminhos, objetivos e sonhos, sem
desviar do meu foco.
Às vezes dói quando ouvimos de quem a gente ama, uma pessoa da
família, palavras duras, por conta de um entendimento equivocado de um gesto
nosso, feito unicamente por amor, por uma preocupação maior.
E nessas horas eu morro por dentro, porque tudo não passou de uma interpretação errada de
um texto mal conduzido, mal elaborado. Meu lado fraterno está sensível, carente
de afeto. Estou carente de mim, estou só.
Desperto dos pensamentos e agora chega a chave da porta do
gabinete na Assembleia e entro para dar
início à minha jornada de trabalho da manhã.
Amo o que faço, sou
apaixonada pela minha profissão, ser jornalista era tudo o que eu queria na vida, gosto de trabalhar e o trabalho me proporciona
conforto, distração, alegria e até diversão.
Começa uma reunião de trabalho e no painel do data-show uma
frase de Hermann Hesse, um dos meus autores preferidos na juventude me chama a
atenção para esse momento vivido:
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não
posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria
alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o
ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo”. Sobreviverei. Boa tarde!
Um comentário:
Deu-me vontade de reler alguns livros de Herman Hesse que tenho. Esta citação é fantástica!
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