quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

As mulheres violentadas

Olívia de Cássia – jornalista

Crescem as denúncias de violência contra as mulheres, no mundo. Nos últimos dias foram muitos os casos de agressão seguida de morte também em nosso Estado. Diante de tanto absurdo não podemos fechar os olhos, tapar os ouvidos e calar diante da barbárie cometida todos os dias e achar que isso é normal.

Precisamos voltar às ruas para mostrar nossa indignação diante disso. Já não bastam as agressões sofridas nos lares; as mulheres também são agredidas todos os dias na sua dignidade, em toda parte.

Segundo o editorial da revista Time, no Talibã, em nome do conservadorismo, as mulheres são mutiladas no corpo e na alma, algumas “por fugir da casa da família do marido".

“É  inconcebível que, no curso do terceiro milênio, ainda existam seres humanos submetidos a um atraso cultural que remonta ao obscurantismo da Idade Média, com leis e costumes cruéis e desumanos que superam o maquiavelismo do famigerado Santo Ofício da Inquisição, onde mulheres e supostos hereges foram sacrificados em nome de Deus”, diz o editorial da mesma revista.

No Brasil e em Alagoas mulheres são violentadas e mortas quase todo o dia. A questão é de conservadorismo de uma sociedade atrasada, de homens que não acompanharam a evolução dos tempos e ainda tratam suas mulheres como se fossem propriedades suas, objetos de consumo.

Aqui elas são submetidas a todo tipo de violência e coação. Nos lares- e não apenas em locais pobres- são vítimas de companheiros e maridos ensandecidos movidos pelo sentimento de posse, pela brutalidade, pelo abuso de drogas e do álcool e quando denunciam são mortas.

É preciso acabar com esse ranço coronelista e atrasado, mas reconheço que isso também depende de outros fatores que não só o da Justiça e da polícia. É preciso campanhas educativas nas escolas.

É necessário que nos planos de governo dos gestores se tenha a preocupação com políticas públicas para essas mulheres que não têm ainda meios de sobreviver sem a provisão desses agressores.  

Mas as formas de violência desenvolvida contra as mulheres não são só físicas e não se limitam apenas a companheiros e maridos: são formas psíquicas e não se dão só nos lares. No trabalho às vezes são disfarçadas: assédio moral, salários inferiores aos dos homens, assédio sexual, dentre outros fatores agravantes.

Segundo site http://www.assediomoral.org, especializado no tema, a humilhação no trabalho envolve os fenômenos vertical e horizontal. E isso tem acontecido não só com os trabalhadores homens, mas com  as  mulheres também.

“O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias, desumanas e aéticas, onde predomina os desmandos. Além disso, o assédio moral no trabalho não é um fato isolado; ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho”, diz o site. Boa tarde e fiquem com Deus!

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