sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Até que a morte nos separe

Olívia de Cássia – jornalista

Reciclar, renovar, refazer, reconstruir tudo de um ponto abandonado, do nada. Reconstrução da vida, encontro do meu eu. Não sou nada na vida se eu não tenho a presença da espiritualidade dentro de mim.

Busco ser melhor a cada dia, porque sou um ser errante, sou cheia de defeitos. Se alguém me ama fraternamente, sabe de todos eles. Eu quero a compreensão, a evolução. Fugir de tanto atropelo para não sair de cada um tão machucada e interiormente destroçada.

Às vezes a gente cria expectativas, se engana por conta disso e daí surgem as grandes decepções. Mas ‘muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte’. Desde menina me achava um pouco estranha, diferente das  outras crianças.

Procurava me enturmar e fazer amizades tentando me descobrir. Às vezes sou decepção e nessas horas eu fico triste quando descubro meus pecados mais feios. Eu pensei que fosse realizar os meus mais doces sonhos.

E a presença de mamãe nessas horas surge muito forte. Às vezes sorrindo, me encorajando outras de repreensão ou de exclamação, como se ela tivesse me dizendo: “Eu bem que te avisei minha filha”.

E nessa hora um choro incontido e agoniado jorra do mais profundo do meu eu e procuro nos quatro cantos da casa ou de onde eu tiver, um apoio, uma resposta, um suporte para me levantar e seguir em frente na vida.

É difícil a gente encontrar segurança, amparo, apoio e ele vem, esse apoio, de onde a gente não espera. Está na minha frente: os quatro felinos me rodeando e Malu e Otto no quintal, como se tivessem a me dizer: “Não se desespera, estamos aqui, nós te amamos, incondicionalmente; não vamos te abandonar,  até que a morte nos separe.

E é neles que encontro essa coragem para não esmorecer de vez diante do caos que às vezes se instala em minha vida. E busco e rebusco no mais profundo de meu ser as forças para recomeçar do nada, de um ponto. A vida segue em frente. Bom dia!

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